Entrevista com Rafael Gallinato
 
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Entrevista com Rafael Gallinato

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Rafael GallinatoPara ajudar a ilustrar o que tenho vindo a relatar da minha vivência em Espanha, o Rafael Gallinato predispôs-se a transmitir-nos a sua grande experiência como coordenador técnico em Collell.

Rafael Gallinato é atualmente o treinador que há mais anos consecutivos trabalha em Collell. É um técnico com grande capacidade de interação com os jovens e com muita experiência, o que nos permite dizer, que é um verdadeiro especialista na observação de potenciais talentos do basquetebol espanhol. Escutemos Rafael Gallinato e o que ele tem para nos contar nomeadamente da sua longa experiência em Collell.


1.Antes de falar de Collel gostaria que nos falasses um pouco de ti e que nos contasses o teu  percurso na modalidade e como nasceu a  tua paixão pelo basquetebol?
Comecei no basquetebol há muitos anos, como jogador infantil do Colégio Marista de Sevilha. Estava sempre a jogar no pátio da escola e um dia um senhor viu-me, e perguntou-me se queria fazer parte da equipa do Colégio.  Por curiosidade posso dizer-vos que esse senhor seria o meu primeiro treinador e é atualmente o Presidente da Federação Espanhola de Basquestebol: D. Jose Luis Saez. Participei como jogador, na posição de base, em muitos Campeonatos da Andaluzia e de Espanha. Depois de vários anos como jogador, a paixão do basquetebol continuou dentro de mim e decidi estudar para alcançar os diversos graus que existem em Espanha para chegar a Treinador Superior.
O passo seguinte foi ser selecionador de minibásquete da Andaluzia nos Campeonatos de Espanha durante 5 anos, momento que a FEB (no ano de 1996), pela mão de Josep Bordas, decidiu incorporar-me no seu Gabinete Técnico, no que é hoje a Academia de Iniciação, e no que anteriormente se chamava de Formação e Deteção de Talentos.
Também fui Diretor Técnico da Andaluzia até ao ano de 2004, momento que decidi dedicar-me exclusivamente ao treino.
Na FEB dedico-me desde 1996 aos mais jovens, Sub-12, Sub-13 e Sub-14; os 13 primeiros anos com o Josep Bordas, (um mestre para mim) e nos últimos com José Silva, atual responsável da Academia de Iniciação.

2. Para além da tua participação em Collell que outras atividades tens atualmente no basquetebol?
Para além de Collell com os Sub-12 também trabalho com os Sub-13 e Sub-14 em diferentes concentrações e torneios durante ao ano, para dar seguimento à construção e formação de sucessivas gerações, como adjunto José Silva. Também colaboro nas operações talento e operações altura organizadas pela FEB. Este ano por exemplo, antes de Collell, fui convidado para o Campus que Ricky Rubio também se realiza nas instalações de Collell.

O meu trabalho no dia-a-dia é efetuado num Colégio de Sevilla, San José Sagrados Corazones onde coordeno todo o basquetebol e treino uma equipa de Minis e outra de Infantis,
Também sou professor da Escola de Treinadores da Andaluzia nos diferentes cursos e dou muitas palestras e conferências a treinadores e árbitros.

3. Como referimos és o treinador que mais ano têm de Collell, o que te motiva ir a Collell?
Já vou a Collell há 12 anos consecutivamente e a principal motivação são os próprios jovens, É muito bonito e estimulante guiá-los nos seus primeiros passos como futuros jogadores da primeira seleção nacional, a seleção de Sub-13. Ensiná-los o que é ser jogador de Espanha não apenas no campo, mas também fora dele.

Outra motivação fundamental é poder partilhar com outros treinadores, incluindo tu e o Sérgio, experiencias, não apenas de basquetebol, mas também pessoais, que chegam a criar amizades que continuam com o passar dos anos.

4. Observando as tuas intervenções é notório que tens imenso prazer no que fazes e que os jovens te escutam com atenção. Qual é a importância de Collell no basquetebol espanhol?
Em Collell começa tudo. É o primeiro escalão dentro da estrutura de seleções da FEB. No entanto não apenas para os jogadores, mas também para os treinadores escolhidos todos os anos. Aqui começam a saber o que é uma seleção nacional e qual é a sua estrutura. Começa-se a conhecer uma geração de jogadores desse ano e a partir daqui transmitem-se as bases tácticas que se irão desenvolver nas concentrações seguintes com os Sub-13 e Sub-14.

Também se dão as bases para que os jogadores cresçam como pessoas, cuidando de aspetos, como a educação, os estudos e valores. Com os treinadores ocorre algo similar.

Rafael Gallinato

5. Depois de conhecer Collell e quando tento explicar o vosso trabalho, a pregunta que mais me fazem é como se selecionam os participantes convocados para Collell. Podes nos contar como é o processo e se a seleção é realizada por uma pessoa ou por um conjunto de treinadores?
É um trabalho contínuo ano após ano. Logo no princípio da época, desde Setembro, começam os contactos permanentes com os clubes e diretores técnicos de cada Federação autonómica para receber informação sobre os jogadores que acreditamos que tenham projeção. Estes jovens são observados pelos técnicos da FEB nos Torneios e Campeonatos provinciais mais importantes, Após a observação em Collell começamos a controlar e seguir os jogadores detetados. A comunicação e intercâmbio de informação como todos é contínua e fundamental. É como uma rede de “olheiros”.

Outro ponto muito importante, a montante de Collell, é o Campeonato de Espanha para as seleções autonómicas, que acabou de der realizar em Cádiz, onde cada Federação Autonómica leva os seus melhores jogadores. Neste Campeonato vários técnicos de FEB, como eu, observamos todos os jogos e falamos com os treinadores presentes para fazer a primeira lista de jogadores.

O aspeto fundamental a ter em conta é a possível projeção futura do jogador, quais tem mais margem de desenvolvimento, não apenas física assim como técnica e tática. Este é que é o ponto chave. Não queremos o jogador de hoje. Queremos um jogador para o futuro, que vá crescendo dia após dia.

Também há jogadores que por diferentes motivos não participam neste Campeonato e com a rede de que te falei anteriormente podemos tê-los debaixo de observação e controlados. Esta seleção após o Campeonato, não é um grupo fechado. Está sempre aberto e tanto podem entrar como sair.

6. Na tua opinião qual é a mensagem crucial que deve ser transmitida aos jovens em Collel?
Creio que em parte já o disse. Em Collell começa tudo, tanto como jogador, e isto é muito mais importante, como pessoa.

Queremos que eles também compreendam a importância do trabalho diário nos seus clubes onde realmente devem evoluir. A FEB está diretamente com os jogadores, poucos dias por ano, para desenvolver tudo o que referimos nas perguntas anteriores, daí a importância do seu trabalho diário.

E por fim, mas não menos importante, fazê-los compreender que o basquetebol deve ser o primeiro dos seus “hobbies”. Eles como pessoas, os seus estudos, a sua família e os seus amigos são o principal. Se isto correr bem, certamente que o basquetebol também irá bem.

Rafael Gallinato em Collel

7. Sérgio e eu fomos muito bem recebidos e integrados no vosso trabalho e com grande simpatia. Qual foi a tua opinião sobre a nossa visita e como encaraste a integração de treinadores portugueses no vosso trabalho?
Para mim a vossa visita em Collell e poder trabalhar convosco durante esses dias foi uma experiência magnífica. Deu-me a conhecer duas excelentes pessoas e grandes treinadores que compartilham a mesma paixão: o basquetebol. O idioma do basquetebol é o mesmo em Espanha e Portugal.A vossa integração disse tudo, desde o primeiro dia vocês foram mais uns dentro do grupo de treinadores da FEB e isso diz muito bem do Sérgio e de ti. Durante o tempo decorrido desde o passado mês de Julho continuámos em contacto via email o que nos transmite que a colaboração funcionou muito bem.

8.  Agora mudando de tema e por curiosidade que sabes tu do basquetebol português?
Os meus conhecimentos sobre o basquetebol em Portugal baseiam-se fundamentalmente nos diversos treinadores espanhóis que trabalham em Portugal, como o Moncho López no Porto, campeão da época transacta e o António Herrera que está no Barreirense e pouco mais.

Do basquetebol de base, os mais jovens, que é para mim o mais bonito não sei nada. Aproveito portanto para pedir-te informação e poder conhecer o vosso trabalho com os mais pequenos. Gostaria muito de saber do trabalho no vosso país e continuar a crescer como treinador.

9. Como viste este ano o Campeonato Nacional Minibasket de Espanha? Que evidenciarias como os principais destaques?
O Campeonato de Espanha de Minibasket foi estupendo. Creio que estamos perante una nova geração de jogadores com uma boa projeção, tanto física como técnico-táctica. Dependerá como sempre de como continuarem a evoluir no tempo, mas as perspetivas são boas. Há que continuar a trabalhar.

10. Por último que pregunta nunca tiveste a oportunidade de responder e o que dirias?
O que é o melhor do basquetebol?
Não são nem os jogadores, nem os treinadores nem os árbitros. O melhor do basquetebol são as pessoas, o que partilhas e vives com elas. O que aprendes com elas e as amizades que se geram e continuam pelo tempo fora.

Para finalizar quero agradecer, em especial a ti San Payo Araújo, a oportunidade de contar algumas coisas e de continuarmos em contacto. Já sabes que em Espanha concretamente em Sevilha, tens um pequeno amigo. Obrigado e um forte abraço.

 

 


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