De que diferenças estamos a falar?
 
Faixa publicitária
Localização: HOME BASKET CLINIC JOGADORES ARTIGOS DIVERSOS De que diferenças estamos a falar?

De que diferenças estamos a falar?

Enviar por E-mail Versão para impressão PDF
Avaliação: / 13
FracoBom 

altDesculpem-me a insistência nos números, mas não consigo deixar de considerar, que é aqui que começa a diferença fundamental entre o basquetebol em Espanha e Portugal.

É evidente que não é o único fator, como mais à frente explicarei, mas associado ao número de jogos realizados por época por jovem, é seguramente o mais decisivo.

A Galiza, que não é uma das regiões com maior expressão no basquetebol espanhol, eu diria que é uma federação autonómica, que comparando com as nossas associações é uma associação do meio da tabela em Espanha, tem cerca de 2,5 milhões de habitantes. Para estes 2,5 milhões de habitantes tem, sem contar com os Sub-8, mais de 3.000 praticantes de minibásquete. Extrapolando estes números para o nosso basquetebol corresponderia, que em Portugal houvesse mais de 12.000 minis para os nossos mais de 10 milhões de habitantes. Ora, e vou-me referir aos dados da última época, porque sei que esta temporada ainda há inscrições por validar, em Portugal na época de 2010/11 havia sem contar com os Sub-8, 7.044 minis.

Se a diferença começa por aqui, reconheço que há outros fatores que cavam a diferença entre Espanha e Portugal, como por exemplo a forma de seleção dos jovens e o conteúdo da preparação das seleções que estão presentes nos Campeonatos de Minibásquete de Espanha. A título de exemplo vou descrever a forma como as seleções de Sub-12 da Galiza da geração nascidas em 1999 se prepararam para estar na competição realizada na época passada 2010/11 na referida competição. Nos masculinos, a geração nascida em 1999 reuniu-se num Domingo de Maio de 2010 em Santiago de Compostela. Ali juntaram-se os treinadores dos clubes e mais de 100 minis masculinos vindos dos múltiplos clubes e num processo, em escala menor, mas com semelhanças a Collell,  foram divididos em equipas feitas no momento e jogaram durante um dia inteiro diversos jogos com os treinadores dos clubes a observarem os jovens na situação de jogo. A partir desta observação dos treinadores presentes foram escolhidos 16 jovens, que na época seguinte, sendo Sub-12 constituíram a base da seleção da Galiza.

Os jovens escolhidos foram para um estágio em Setembro durante uma semana, 9 dias incluindo os dois fins-de-semana onde fizeram treinos bidiários que visaram sobretudo aprendizagem de tomadas de decisão no jogo. Depois deste estágio estes mesmos jovens juntaram-se num Domingo em Outubro, num Domingo em Novembro, num breve estágio no Natal, num Domingo em Janeiro, num Domingo em Fevereiro, num Domingo em Março e nos três Domingos anteriores aos Campeonatos de Minibásquete de Espanha. Feitas as contas, estes jovens da Galiza, que numa competição entre 18 Federações Autonómicas, os Campeonatos de Espanha de Minibásquete, ficaram classificados em 10 lugar, fizeram nada menos, nada mais uma preparação de para cima entre 50 a 60 horas de treino.

Para isso as federações autonómicas vão à procura de apoios e investem no minibásquete uma verba significativa do seu orçamento. Para percebermos do que é que estamos a falar, já nem quero falar dos conteúdos e volume de treinos das seleções distritais que estiveram o ano passado ou vão este ano estar em Paços de Ferreira, apenas pergunto, se não considerarmos os jogos de preparação, qual foi o volume de treinos que as seleções distritais, mesmo as mais preparadas de Sub-14 e Sub-16 tiveram este ano, para estarem presentes em Albufeira, na Festa do Basquetebol Juvenil?

 

Comentários 

 
+1 #10 San Payo Araújo 14-06-2012 00:27
Caro Henrique Santos

Em breve entro em contacto contigo para falar da tua proposta.

Um abraço
Citar
 
 
+1 #9 San Payo Araújo 14-06-2012 00:25
Boa noite coach s

Agradeço o seu esclarecimento e pode estar seguro que não interpretei o seu comentário como um ataque pessoal. Só comentei as suas palavras, porque pensei, que se calhar não tinha sido claro na mensagem que quis passar. Aliás como o referi, as suas palavras, deram-me o mote para eu expor o que são, na minha perspetiva, as causas de um dos erros estratégico do desenvolvimento do basquetebol e que consequências daí resultam. Fica aqui a promessa de um dia escrever sobre este tema e renovo a minha disponibilidade , para quando quiser, falar nestes temas.
Citar
 
 
+1 #8 mentalidades 13-06-2012 22:45
Na minha opinião as questões do fomento vão muito mais longe.
Enquanto as estratégias federativas se direccionarem para 4 ou 5 cidades deste país que mantém uma hegemonia pouco mais vai acontecer no panorama desportivo deste país se a isto associarmos a direcção dos investimentos autárquicos e dos clubes o resultado é o panorama aqui há muito comentado e analisado.
Mudar mentalidades do dirigismo e político é necessário para que se entenda que a globalização é necessária.
Por outro lado a escassa mentalidade desportiva deste país é diminuta pois pouco mais vai além da vitória e derrota associada ao futebol e como exemplo muitas são as actividades que se vão vendo promovidas por várias modalidades em que os jovens se juntam para um dia de festa e de que normalmente resulta muito pouco para o desporto federado.
Mentalidades novas são necessárias e colocar o dedo na ferida pois o desporto federado está igual ao país que temos no momento - em recessão.
Citar
 
 
0 #7 coach s 12-06-2012 23:45
Contudo, embora tenham grande peso, mais o horário escolar, do que a propriamente as transmissões televisivas, considero que há outras causas de grande importância que dificultam o crescimento e desenvolvimento do minibásquete.

Embora a questão do ensino em Portugal seja determinante nesta discussão, não me parece que a divulgação fique muito atrás. Afinal de contas, e com o horário que as nossas crianças têm, existem milhares de praticantes de futebol pelo país fora. E quem fala de basket, fala volei, andebol, natação, atletismo, ténis, etc. Não digo que seja o factor mais relevante mas é preocupante ver que há um desporto que domina a televisão e os outros são empurrados para a sarjeta!
Citar
 
 
0 #6 coach s 12-06-2012 23:44
Boa noite SPAraújo,

Para já deixe-me deixar claro que o objectivo do meu comentário não era atacar a sua pessoa. Foi apenas um momento de desabafo relativo ao assunto de que falou, sobre o qual também tenho as minhas ideias e convicções.
Estamos de acordo relativamente àquilo que refere no ultimo comentário (e no texto do post): existe uma grande necessidade de recrutamento no nosso minibasket.
Citar
 
 
+2 #5 San Payo Araújo 12-06-2012 19:29
Parte 3

Finalmente, uma coisa é o que nós dizemos ou escrevemos, outra é a forma como nos compreendem e nem sempre estas coincidem. Para que fique claro nestes dois últimos artigos, não abordei nem causas nem consequências, limitei-me a relatar factos e dados. A partir desses dados e factos, o que eu quis acima de tudo alertar é para a necessidade, quase absoluta, de encontramos caminhos para aumentar o número de praticantes e a sua prática na base, nomeadamente nos Sub-12.

PS. Faço-lhe o mesmo desafio que noutro artigo fiz ao João Videira, que também não conheço. Sobre minibásquete estou sempre disponível para falar e trocar opiniões.
Citar
 
 
+2 #4 San Payo Araújo 12-06-2012 19:20
Parte 2

Nos meus artigos ainda não mencionei, a não se talvez colateralmente, as causas e motivos pelos quais temos menos praticantes de minibásquete que em Espanha. Ora aí está uma boa sugestão para um artigo, que um dia destes certamente irei abordar. Contudo, embora tenham grande peso, mais o horário escolar, do que a propriamente as transmissões televisivas, considero que há outras causas de grande importância que dificultam o crescimento e desenvolvimento do minibásquete.
Citar
 
 
+3 #3 San Payo Araújo 12-06-2012 19:19
Boa tarde coach s (Parte 1)

Venho por este meio agradecer o seu comentário, pois a possibilidade de argumentar obriga-me a fazer uma coisa que gosto: pensar. Já o referi várias vezes não sou, nem nunca me-hei de considerar dono da verdade, mas espero ser sempre uma pessoa de convicções.
Citar
 
 
+4 #2 Henrique Santos 12-06-2012 17:08
Caro San Payo
refere a dado passo que a seleção da Galiza nos 2 treinos por dia do estágio de setembro visa sobretudo a aprendizagem das tomadas de decisão no jogo. Eu sou muito sensível a essa matéria e penso que terá muito a ver com o jogo dirigido. Daria um bom artigo de fundo aqui no Planeta Basket ou uma ação de formação, a explicitação dessa metodologia utilizada na Galiza, não?
Citar
 
 
0 #1 coach s 12-06-2012 10:22
Compreendo a sua análise mas no fundo penso que errou numa coisa: o que apresentou são consequências e não causas. Quero dizer, porque é que afinal temos muito menos praticantes do que espanha? Para começar não existe divulgação por parte de qualquer televisão ou jornal. Como sabemos o que povão gosta é da bola e é o que todo o santo português tem que gramar todos os dias do ano. Depois, e se calhar mais grave ainda, é as nossas crianças e jovens terem cada vez menos tempo para se dedicarem a actividades extra-curriculares (nomeadamente desportos) por terem horários escolares ridículos. Aqui sim podemos comparar com Espanha, em que as aulas acabam depois de almoço. Claro que para além disso temos a inércia e falta de "tomates" da FPB e de muitas associações regionais para mudar seja o que for. Porque em Portugal está-se bem é à sombra a ver na televisão estatal a comitiva da selecção nacional de futebol a limpar o rabo aos jogadores e a escolher a roupa interior para a viagem.
Citar
 
 


Facebook Fronte Page

Buscas no Planeta Basket

  • Treinadores

  • Lendas

  • Resultados

Sample image Canto do Treinador Exercicios, comentários, artigos, etc...ver artigos...

Sample image Lendas de Basquetebol Quem foram as personagens marcantes da modalidade. ver artigos...

Sample image Resultadoos e Classificações Todos os resultados na hora... Ler mais...

Facebook Side Panel

 
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária
Faixa publicitária