O que fazer para crescer?
 
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O que fazer para crescer?

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altTenho 28 anos, jogo basket desde os 7, e antes de jogar já vivia rodeado por basket. Cresci a jogar, cresci a ver jogar, cresci a sonhar com basket e é com grande tristeza que vejo que o basket em Portugal está no estado em que está.

O actual estado do basquetebol nacional é preocupante. A todos dos níveis, dos escalões de formação aos seniores, quer profissionais quer amadores, é unanimemente reconhecido que algo não está bem no nosso basquetebol.

Há alguns anos atrás, li um estudo português que colocava o basquetebol como uma das modalidades socialmente mais bem aceites pelo público português em geral, mesmo relativamente ao desporto-rei no nosso país, o futebol. Creio que esta aceitação social continua bem presente e que o potencial de expansão e aceitação do basket continua a existir, no entanto, por algum motivo, os pavilhões de basquetebol continuam vazios.

Lembro-me como se fosse ontem das fantásticas noites europeias que vivi num pavilhão da Luz apinhado de gente e onde era preciso chegar meia hora antes do jogo para arranjar lugar. Lembro-me de vibrar com as grandes equipas nacionais dessa época que lutavam de igual para igual com as grandes potências europeias da altura. Lembro-me de assistir a clássicos Benfica-Porto vividos numa atmosfera louca, capazes de cativar o mais ferrenho dos adeptos sportinguistas para um espetáculo de altíssima qualidade. Mas o que aconteceu para o basquetebol perder tanto interesse? Porque estão os pavilhões vazios? Porque não conseguimos acompanhar o nível competitivo dos restantes clubes europeus?

O engraçado é que em parte me sinto culpado desta situação. Eu que faço parte daquela geração que neste momento (27 a 29 anos) se devia apresentar no auge da carreira e no topo do basquetebol nacional. O facto é que da minha geração apenas dois jogadores integram a actual selecção nacional (Mário Fernandes e Miguel Minhava), mas o que aconteceu aos restantes? Tirando alguns poucos que andam pela Proliga e ainda menos pela LPB, todos os demais desistiram ou continuam a competir em escalões inferiores pelo simples prazer do jogo, já que há muito percebemos que não seríamos capazes de viver do basket.

Mais do que estar a apontar o dedo a alguns sectores da modalidade ou à incapacidade dos orgãos decisores do basquetebol em Portugal em fazer algo para mudar o panorama actual, gostaria de promover um debate de ideias cujo único fim é o de encontrar soluções para que o rumo do nosso basket inverta esta curva descendente e volte a atingir o lugar que merece.

As perguntas que aqui deixo e que há muito são discutidas no meio basquetebolístico são as seguintes:

  • Porque é que isto aconteceu?
  • Como deixámos que o basket português batesse no fundo?
  • Porque há cada vez menos clubes em todos os escalões?
  • Porque não participam as equipas portuguesas nas competições europeias enquanto noutras modalidades o fazem?
  • Porque razão não há hoje referências individuais como existiam no passado?
  • Porque razão chegámos a um ponto em que a renovação da seleção nacional não se vislumbra nos próximos anos?
  • O que fazem os espanhóis tão bem e o que fazemos nós tão mal para haver uma disparidade de resultados tão grande entre países vizinhos?

Já estou algo cansado de ouvir falar na crise económica como justificação para tudo o que corre menos bem neste mundo. A realidade actual é complicada, é certo, mas cabe-nos a todos nós, jogadores, treinadores, dirigentes, árbitros e adeptos, em suma "amantes da modalidade", arranjar forma de nos adaptarmos a esta nova realidade e de criarmos condições para a fazer crescer.

Nota Planeta Basket
Atenção que o que se pretende com este artigo é lançar um debate sério, de onde surjam contribuições positivas e que possam apontar soluções para melhorar o actual estado do nosso basquetebol. Não se pretende de forma alguma que este debate seja utilizado para lançar acusações e culpabilizar “a”, “b” ou “c”. O que se procuram são soluções para ajudar a ultrapassar esta crise. Se quer ajudar o basquetebol nacional, contribua com a sua opinião através dos comentários.

 

Comentários 

 
-2 #4 JAIME BRITO TORRE 16-09-2012 16:48
Assim ficamos só com aqueles que gostam e não os que são mais aptos. É uma pena, mas é a realidade de um povo que, ainda por cima, é o mais baixo e mais leve da Europa e que só tem 10 milhões de habitantes.
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0 #3 David Costa 14-09-2012 23:21
Com esta crise económica tremenda e sem comunicação social a fazer publicidade a esta modalidade . Não há grandes esperanças de as coisas ficarem melhores no imediato.
Um ponto positivo ... só o basket femenino que aos poucos está a aparecer com novas equipas !
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0 #2 Paulo Garcia 14-09-2012 13:12
Sei que não pode ser apontado "a" ou "b", mas o que é certo é que coisas como os media são os meios que mais enchem a cabeça das pessoas.
Há outro facto, como a promoção do sedentarismo com os videojogos que fazem alguns desistir até mesmo da prática desportiva e o meio social inserido, onde muitos treinadores não influenciam o pensamento de atletas. Portanto, não é só economia, mas tudo o que nos rodeia e a influencia do meio. Não vemos influencia de patrocinios para promover o desporto como se promove um simples torneio de futebol. Até para inciar este debate, acho que seria necessário arranjar um espaço para deixar melhor as ideias, tipo o fórum e divulgar perante muito treinadores e se possível uma notícia "grátis" da Federação a dar ligação ao debate. As perguntas são boas, mas as respostas são difíceis de dar.
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0 #1 Paulo Garcia 14-09-2012 13:01
Finalmente, alguém que dá um início de debate que acho interessante.
Quero começar por dizer que joguei basquet desde os 5 anos, o meu último ano foi quando cheguei aos 16 anos, desde aí até hoje (com 21 anos) procuro uma equipa para reintegrar. Mas já vi que é complicado, tanto que com um curso que fiz de ensino superior é me possível obter o grau 2 de treinador e com isso pretendo ajudar a modalidade.
É verdade que estamos a bater fundo e não vamos para melhor. Neste último ano tenho discutido algumas informações com o Prof. José Curado (ex-treinador de Benfica, entre muitas)
Ele tem muitas e boas ideias para ajudar o basquet a longo prazo, mas como qualquer um, sem ajuda não o consegue.

Voltando às perguntas. O basqute bate no fundo porque para muitas é uma modalidade de "Bixas", porque se bate nas bolas e faz-se gestos "amaricados" (mentalidades ainda rídiculas). O futebol tomou controlo da cabeças das pessoas...
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