O mito do gigante e anão
 
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O mito do gigante e anão

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FracoBom 

O mito do gigante e anãoAlinharmo-nos significa eliminarmos alguns mitos que nos podem impedir de fazer crescer a nossa modalidade. Autor: desta vez assumo eu esta frase e não citarei ninguém para que a mesma represente verdadeiramente o que penso.

Eu acredito nesta frase como forma de potenciar o alinhamento e convergência de ideias relativamente ao progresso do nosso Basquetebol.

Construir um programa nacional de crescimento e desenvolvimento do Basquetebol parece coisa antiga, típica dos primeiros anos após a revolução de Abril de 74, mas provavelmente poderá ser uma necessidade mais atual do que poderemos pensar. Deverá esse programa nacional incluir estratégias que fomentem a divulgação do jogo? Será que ainda haverá população portuguesa que não conhece o jogo de Basquetebol? Eu diria que haverá necessidade de dar a conhecer a outra faceta do jogo. Aquela que tenho vindo a tratar nos últimos artigos. A vertente do jogo em que num determinado local, com as pessoas certas e com paixão deixamos uma marca para toda a vida. Perguntemos a atletas que caminham ou já alcançaram o alto rendimento o que significa um Jamboree e o que este contribuiu para que hoje continue a praticar Basquetebol ao nosso mais alto nível.

Certamente encontraremos aí razões mais do que evidentes para eliminarmos alguns mitos que se vão criando relativamente a muitas das atividades promovidas no Minibasquete. Parecem existir correntes que receiam que o Minibasquete se torne um espaço meramente lúdico e destinado a brincadeiras, eventualmente sem aparente ligação com o Basquetebol e que atrasam o conhecimento do jogo. É compreensível existirem pontos de vista desta natureza, pois grande parte dos que hoje são adultos, e bem adultos, e estão ligados ao Basquetebol, cresceram e desenvolveram o seu conhecimento do jogo, através dele mesmo, e, sempre numa perspectiva de continuidade e fidelização na modalidade. Podemos dizer que aprenderam Basquetebol com Basquetebol ou com Minibasquetebol.

Da interpretação que faço da nossa cultura desportiva, apenas existem duas modalidades no nosso país que simplesmente necessitam de mostrar o jogo para despertar o gosto pela sua prática. O Futebol e o Futsal gozam de um estatuto no nosso país desportivo semelhante aquele que o Basquetebol possui nos Estados Unidos, na Lituânia ou na Croácia. Pouco é necessário fazer para que as crianças se fidelizem ao Basquetebol que não apenas proporcionar-lhes o jogo e os modelos e referências do alto rendimento.

No Basquetebol Português, actuamente,l torna-se determinante, no meu entender, construir as referências a partir da base, proporcionando experiências marcantes, captando a criança para gostar das actividades que lhes proporcionamos e, consequentemente a despertarmos para gostar de continuar a sua prática. Primeiro gostar, depois desfrutar, para mais tarde se fidelizar. No entanto convém não esquecer que em qualquer uma destas etapas é possível desenvolver capacidades motoras que ajudarão no futuro a jogar melhor basquetebol.

Muito tem sido feito nesse sentido, nomeadamente através da dinâmica do Comité Nacional de Minibasquete, sendo importante destacar a missão notável que o San Payo Araújo tem desenvolvido por todo o País. E importa realçar também que o grande incremento de praticantes, de Pais acompanhando a prática dos seus filhos, de árbitros e, até de treinadores, tem um forte contributo da dinâmica própria do Minibasquete. Que me desmintam os dados, se estou errado.

É nesta filosofia própria, de grande coerência e sentido pedagógico, que surgem as actividades lúdicas, as cantigas, o grito do minibasquete, jogos para grandes grupos, a capacidade de se mobilizarem dezenas de crianças para actividades que, se de basquetebol, poderão ter pouco, deram até agora um forte incremento na base de praticantes de Basquetebol no nosso país.

Alinharmo-nos passa por acreditarmos que, por detrás do “Gigante e Anão”, “De uma salva de palmas, palma e meia…” ou “Minibasquete é melhor, actividade, para jogar…” está igualmente presente o ensino do jogo, o ensino das técnicas e até a competição não é deixada de parte para os que acham que poderá abusar-se do sentido lúdico das actividades propostas. Mas não se iludam, pois quem efectivamente tem um forte desejo de competir são as crianças, que dos adultos só precisam de reconhecimento, atenção, organização, disciplina e competência.

Poderão muitos afirmar que haverá certamente outros caminhos para fomentar a prática do Basquetebol. Mas actualmente parece-me que a grande missão da nossa modalidade não passa simplesmente por levar a modalidade através da televisão ou de grandes competições. Num momento em que os grandes clubes representantes da nossa modalidade atravessam dificuldades importa encontrar outros caminhos de fomento e divulgação da marca Basquetebol. Hoje em dia, mais do que nunca, ver basquetebol está ao alcance de todos, não querendo dizer com isto que muitas pessoas vejam jogo ou praticam a modalidade com regularidade.

Em muitos momentos já ouvimos dizer que, no minibasquete o mais importante é a criança e que o propósito do minibasquete é o desenvolvimento das capacidades coordenativas. Mas haverá quem pense que estes propósitos não servirão os interesses do basquetebol? Muito honestamente parece-me que o Minibasquete é neste momento o grande alicerce que poderá alinhar mais pessoas em torno de uma causa inicial grandiosa – A criança – e a caminho de uma causa ainda maior que passa por crescimento, desenvolvimento, fomento, captação e fidelização de crianças e pais em torno de uma modalidade desportiva de grande valor educativo. Dessa forma será possível chegar à alta competição de forma sustentável e credível.

Tenhamos paciência e sabedoria para conseguir que daqui a uns anos a nossa selecção seja composta por atletas que passaram por Jamborees, por Memoriais Mário Lemos, pela Festa Nacional do Minibasquete, pela Festa do Basquetebol Juvenil, pelas Selecções Nacionais, mas que possamos ter clubes onde os pais desses atletas tenham igualmente passado por Jamborees ou Memoriais. Sejamos pacientes também pois provavelmente os futuros treinadores e árbitros, também eles terão passado pelo minibasquete e percebido o quão gratificante e importante foi a etapa da iniciação para o que a modalidade hoje representa para eles.

 

Comentários 

 
+4 #11 San Payo Araújo 01-02-2013 15:35
3ª Parte e última

À semelhança que fiz com outras pessoas que comentaram os meus artigos, como percorro todo o país terei todo o gosto em conhecê-lo pessoalmente e trocar consigo de forma aberta e franca pontos de vista.

Falar de minibásquete em todas as suas vertentes conhecer a opinião das pessoas e dar a conhecer a minha perspetiva é para mim sempre um prazer. Se quiser contactar-me o meu email é o e se morar perto de Condeixa faço um convite para aparecer amanhã às Sábado dia 2 de Fevereiro pois fui convidado pelo Basket Clube Condeixa a falar sobre "Bambis/Minis 8 - Só brincadeira ou algo mais" e "O que ensinar em Minis 10/Minis 12 - Que técnica? Que táctica?"

Finalmente agradeço os seus comentários pois são um estímulo para eu falar do que gosto. Obrigado
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+4 #10 San Payo Araújo 01-02-2013 15:28
2ª Parte

Quanto ao seu último comentário não me vou alongar muito pois este será desenvolvido no meu artigo que já me comprometi a escrever.

Contudo quero fazer apenas um ligeiro reparo à sua afirmação “E sub-8, sub-10 e sub-12 que diferentes abordagens? E sobretudo daquilo que nunca se fala em Portugal… Que diferentes conteúdos?”

Parece-me ser uma observação injusta, pois basta ler o Manual de Treinador de Minibásquete organizado, pelo Nuno Branco da Associação de Basquetebol de São Miguel , com base nos meus textos e artigos nomeadamente o capítulo 3 que aborda este tema e tem no final um quadro orientador na página 26 que começou a ser apresentado em ações já em 2003.

Por isso não é de agora que abordo estas questões, mas bem mais recentemente quem assistiu ao Clinic de Cantanhede e à minha intervenção em Braga no Get Together da Fiba Europa ouvi-me falar e apresentar exercícios diferentes por escalão.
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+4 #9 San Payo Araújo 01-02-2013 15:21
1ª Parte

Caro Pedro Duarte

Agradeço a leitura do artigo.Encontro nos seus comentários muita coisa que concordo consigo, nomeadamente quando diz “não há a mais pequena duvida que o primeiro ponto na ordem de trabalho do minibasquete tem de ser a captação e o alargamento da base, sem chegarmos a números de pelo menos o dobro do actual não há milagres, mas isso passa pela aposta dos clubes com o apoio efectivo da Federação” .

Aqui apenas acrescentaria e Associações, até porque é de inteira justiça reconhecer o esforço, inclusivamente financeiro, que algumas se calhar poucas associações tem feito neste âmbito.
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0 #8 Pedro Duarte 01-02-2013 09:26
Li o referido artigo a concordo a 100%, a minha questão é:

Que minibasquet queremos?
Apenas captação e jogos lúdicos?
Apenas Competição e ganhar a todo o custo com o grandote la debaixo do cesto?
E sub-8 sub-10 e sub-12, que diferentes abordagens?? e sobretudo daquilo que nunca se fala em Portugal....
Que diferentes conteúdos?????
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0 #7 Nuno Tavares 31-01-2013 21:01
É excelente a diversidade de opiniões. Por norma não gosto de usar o nome de pessoas ou instituições porque não me cabe a mim "julgar" mas sobre os comentários que foram feitos terei que fazer. Sem apontar dedos a alguém em especial, penso que cada vez mais vamos perdendo a confiança no orgão máximo que rege a nossa modalidade para dar contributos realmente valioso em relação ao aumento da base...mas não o único culpado, os clubes, as autarquias, os governos, os treinadores e pais são todos culpados, uns com mais do que outros. Cada vez mais é claro para mim, o desporto de formação tem que ter um forte ligação com as instituições de ensino. Não existe um clube em cada cidade do pais mas existe uma escola, com muitos potenciais praticantes, em todas as cidades do nosso pais. Antes de olharmos se é cantando ou jogando que se atraem atletas devemos perceber quais os melhores caminhos para o fazer,como estamos (à tantos anos) não é certamente o caminho.
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0 #6 San Payo Araújo 31-01-2013 16:00
Esqueci-me de mencionar o nome do artigo que certamente ajuda na pesquisa pois o minibásquete pode realmente ser um "Conceito perigoso" como diz o título do artigo.
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0 #5 Pedro Duarte 31-01-2013 15:59
Caro San Payo, fiz uma rápida pesquisa pelo site e não encontro o artigo de 25/Janeiro/2011, se poder colocar um link com o mesmo gostaria de ler.

Caro João, não há a mais pequena duvida que o primeiro ponto na ordem de trabalho do minibasquet tem de ser a captação e o alargamento da base, sem chegarmos a números de pelo menos o dobro do actual não há milagres, mas isso passa pela aposta dos clubes com o apoio efectivo da Federação.

E no meu ver os sub-12 devem ser visto como um escalão de transição, que não pode ser visto como é hoje, em campos transversais para entreter meninos
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0 #4 San Payo Araújo 31-01-2013 12:07
Caro Pedro Duarte

Uma das grandes vantagens do universo da internet é o alargar a possibilidade de trocar ideias e formular questões como as que levanta.com pessoas que penso não conhecer.

Termina o seu comentário com a pertinente pergunta: Como vamos apanha-los? logo aqui as diferenças são gritantes....

Por ser um tema interessantes irei manifestar a minha opinião num artigo que virá a lume no dia 12 de Fevereiro.

Entretanto e por talvez ajudar a clarificar o conceito de minibásquete sugiro a leitura do meu artigo publicado aqui no Planetabasket em 25 de Janeiro de 2011.

Obrigado pelo seu comentário, que é um estímulo para expor o que penso.
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+1 #3 João Ribeiro 31-01-2013 11:25
Em complemento ao comentário do Pedro Duarte, é importante referir que, se olharmos para a história da modalidade, nomeadamente em momentos de grande visibilidade da modalidade, as crianças apareciam nos pavilhões motivadas pelo basquetebol e pelos seus modelos e referências. Actualmente, com todos os meios disponíveis as crianças não conhecem o jogo pelo que importa encontrar estratégias para que elas, efectivamente, apareçam nos pavilhões, gostem das actividades que lhes oferecem, joguem, desenvolvam as suas capacidades coordenativas e existam treinadores preocupados com a sua evolução. Não esqueçamos também que em Espanha se joga sonhando com a liga ACB ou selecção de Espanha. Em Portugal esse caminho encontra grandes barreiras que, passo a passo poderão um dia fazer uma criança sonhar em ser jogador de Basquetebol de alto rendimento. Mas actualmente há necessidade de reencontrar o sentido de carreira de jogador, em muitos casos dificil e inatingível.
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+2 #2 João Ribeiro 30-01-2013 22:08
Caro Pedro Duarte
Relativamente ao seu comentário devo dizer-lhe que concordo inteiramente consigo. Talvez tenha chegado o momento de todos perceberem o que realmente se faz no minibasquete, em Portugal, para além das cantigas. Preocupante é no nosso País termos deixado a modalidade chegar a um ponto em que não conseguimos captar crianças apenas com o jogo de Basquetebol. Alinharmo-nos é conhecermos bem o trabalho feito no minibasquete, que curiosamente tem bastantes semelhanças com as perspectivas e desenvolvimento da criança defendidas pelos espanhóis
No dia que conseguirmos que haja 40.000 sub-12 em Portugal, duvido que seja necessário cantigas e palminhas. Assim todos nós consigamos ensinar bem o jogo e prepará-los para serem bons seniores e não exclusivamente os campeões de sub-12 ou de sub-14
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