Correndo o risco de me tornar repetitivo nalgumas ideias que partilho convosco, parece-me o momento actual óptimo para as repetir, dar opiniões ou reflectir em ambiente de alguma utopia.
Pensar sobre o desenvolvimento do Basquetebol, lançar ideias são as estratégias destes artigos, não mais do que isso. E a convicção é a de que pelo menos se desperte a reflexão e possamos registar as ideias construtivas, aquelas que todo e qualquer futuro líder dos destinos da modalidade possa eventualmente aproveitar, simplesmente copiar, expressar numa entrevista ou escrever no seu programa eleitoral. Se assim for será sinal de que há vitalidade de ideias.
O ano de 2013 é ano para discussão, reflexão e contribuição de todos os que gostam da modalidade. Artigos de opinião, de partilha de experiências, de relatos de boas práticas de partilha de conhecimento continuarão a ser formas poderosas de estimular o aparecimento de uma massa crítica motivada para trabalhar. Atrevo-me a dizer que podemos abusar de opinar e reflectir das mais variadas formas, mas sempre com a noção de que em qualquer momento vamos mesmo ter de pôr tudo em causa e agir, na tentativa de transformar a nossa realidade em algo diferente, esperemos que para melhor.
Numa altura em que tudo se põe em causa, temos uma oportunidade de luxo para provarmos que as pessoas ligadas à modalidade podem constituir uma massa crítica capaz de ajudar a fazer crescer o Basquetebol. Em 2014 terminará um período que, com início nos anos 90 do século passado registou, provavelmente, os pontos mais altos de toda a história da modalidade e que se expressou através de alguns exemplos, como sejam: a equipa do Sport Lisboa e Benfica dos anos 90 e a sua representatividade nas competições europeias; a organização de um Campeonato do Mundo de Juniores; o nascimento, o crescimento e a morte da Liga Profissional de Clubes; a participação por 2 vezes numa fase final de um Campeonato de Europa de Seniores Masculinos, tendo numa delas sido obtida a melhor classificação internacional de sempre; nas selecções dos escalões de formação houve subidas de Divisão no que ao Campeonato de Europa diz respeito; o Basquetebol Feminino atingiu uma projecção internacional de relevo através da Ticha Penicheiro e da Mary Andrade; vamos na sétima edição da Festa do Basquetebol Juvenil; o Minibasquete foi revitalizado e constitui uma referência na captação e fomento da modalidade.
Certamente, conseguiríamos encontrar mais motivos de orgulho e satisfação e, obviamente, encontraríamos milhares de defeitos e contrariedades que poderiam ter sido evitadas e que teriam, provavelmente, poupado algumas desilusões. Mas a nossa história permite-nos neste momento expressar preocupação sobre de que forma a modalidade caminhará num futuro relativamente próximo? Voltaremos a conseguir projectar a modalidade no panorama nacional e internacional? Seremos capazes de inovar perante novos paradigmas de desenvolvimento e sustentabilidade do Fenómeno Desportivo? Estaremos todos predispostos para nos alinharmos para mantermos vivo o Basquetebol?
Nós, Treinadores, queremos que continue a fazer sentido a nossa existência, na perspectiva de que a nossa função pedagógica, formativa e mobilizadora seja uma mais-valia para quem pratique Basquetebol.
Os Dirigentes farão com certeza tudo para que faça sentido continuarmos a tornar a modalidade atraente, inovadora e sustentável.
Os Pais certamente continuarão a considerar o Basquetebol como uma ferramenta educativa poderosa e acompanharão de diferentes formas a prática dos seus educandos.
E a nossa sociedade acreditará no projecto Basquetebol? Seremos capazes de “vender” o produto Basquetebol de acordo com as várias finalidades de cada área da modalidade? Se pensarmos em todos os pontos altos que aconteceram durante as últimas duas décadas verificamos que todos representaram oportunidades. Teremos num futuro próximo mais oportunidades? Saberemos criar essas mesmas oportunidades? No presente deveremos acreditar que sim, na perspectiva de que teremos de agir para que esta confiança possa tornar-se realidade.
Sendo este artigo um certo arrumar do pensamento, será certamente ponto de partida para artigos futuros onde a variabilidade dos temas possa ser um contributo para agirmos no futuro.
