O que fazer quando a tua equipa candidata ao título está a fazer uma época abaixo do esperado e alguns jogadores não demonstram a energia e o rendimento desejados?
Manter a confiança nesse grupo e esperar que o tempo e o trabalho invertam a situação ou mudar o grupo?
Otis Smith, general manager dos Orlando Magic, fartou-se de esperar e sacou da cartola duas trocas que mudam de forma significativa a equipa dos Magic: Rashard Lewis por Gilbert Arenas e Vince Carter, Marcin Gortat, Mickael Pietrus e uma escolha no draft de 2011 por Jason Richardson, Hedo Turkoglu e Earl Clark.
“Depois de observar a nossa equipa ao longo destes 25 jogos, estava-nos a faltar qualquer coisa. Achei que era necessário mudar.”, disse Smith aos jornalistas.
A equipa de Orlando começou esta temporada com expectativas altas. Depois de terem avançado até às Finais em 2009 e até à final de conferência em 2010, este ano esperavam disputar o título da conferência Este e conseguir fazer frente aos Boston Celtics e aos Miami Heat (podem ver aqui uma análise mais detalhada da equipa dos Magic que iniciou a época de 2010-11).
25 jogos depois, estão com um mediano recorde de 16-10, perderam 6 dos últimos 7 jogos e Lewis e Carter estavam a fazer uma época abaixo do esperado. Lewis não marcava tão poucos pontos desde 2000 (a sua segunda época na NBA) e Carter já viu melhores dias. Tempo de remodelação.
Para Washington foi a oportunidade de trocar Arenas, que depois da suspensão do ano passado, dos problemas fora do campo e da selecção de John Wall no draft, não fazia parte dos planos para o futuro. Os Wizards estão em modo de reconstrução e queriam livrar-se do milionário contrato de Arenas. Com Lewis, que tem só mais 2 anos de contrato, podem poupar até 31 milhões.
Em Phoenix, Turkoglu não tinha ainda conseguido encaixar bem na equipa e encontrado uma forma de jogar ao lado de Nash. Para além disso, continuava a necessidade de melhorar o jogo interior. Richardson era o melhor marcador da equipa, mas a oportunidade de conseguir Gortat (que deverá ser o poste titular), fez os Suns arriscar em Carter. E Pietrus deverá encaixar muito bem no seu ataque rápido. O plano para os lados do Arizona é melhorar o jogo interior sem piorar (muito) o jogo exterior.
E em Orlando, entram Arenas, Turkoglu e Richardson. Todos eles são jogadores exteriores que deverão encaixar na perfeição no ataque dos Magic. Richardson é um upgrade em relação a Vince Carter: melhor lançador exterior, penetra bem também e defende melhor. Turkoglu viveu os melhores anos da sua carreira em Orlando e deverá ter o mesmo papel híbrido de point-forward (falso power forward a jogar fora para abrir o espaço no campo e, em determinados períodos, também portador da bola, organizador e jogador que faz o pick and roll com Dwight Howard). E Arenas tem uma segunda oportunidade de revitalizar a sua carreira. Apesar dos problemas no joelho no passado e dos problemas que teve a temporada passada, ainda tem muito basquetebol para dar e estava a fazer uma boa época nos Wizards (17.6 pts, 5.6 ass). Em Orlando poderá ter o mesmo papel: sair do banco como suplente de luxo para gerar ataque e pontos à segunda unidade ou ser utilizado num cinco com três bases ao lado de Jameer Nelson e Jason Richardson .
Qualquer que sejam as escolhas de Stan Van Gundy, a equipa de Orlando parece ter ganho mais opções e versatilidade. Mudar uma equipa a meio da época é sempre arriscado, mas ao ver os seus adversários muito fortes, Otis Smith sabia que tinha de fazer alguma coisa. Vamos ver se resulta. Mas para já, no papel, parece que fez bem.
