O que me satisfaz é ver o sorriso dos rapazes." Foi assim que Moncho López explicou o que sentia após conquistar o primeiro troféu em Portugal e pelo FC Porto. O caso não era para menos, uma vez que os portistas há muito que não saboreavam uma vitória, e pairava no ar alguma urgência em consegui-lo.
A vitória na Taça Hugo dos Santos, que substituiu a Taça da Liga, foi justa e incontestável, não apenas pelo mérito portista, mas também por demérito da Ovarense, que apenas existiu durante o primeiro período. Mal arrancaram os segundos dez minutos, a formação de Ovar desapareceu. Face a um parcial negativo de 10-0 (31-28 para 31-38), baralhou-se, e as falhas começaram a avolumar-se.
O FC Porto, com a lição bem estudada, tinha a defesa como principal arma para travar o adversário, conseguindo superioridade no jogo interior e beneficiando de um dia negro para os atiradores, que apenas acertaram três triplos em 22 tentados. E se, de um lado, Christopher Lee ou José Barbosa foram uma pálida imagem do que haviam mostrado frente à Académica no dia anterior, o inverso aconteceu com o portista Julian Terrell, que esteve como peixe na água numa partida que teve na luta debaixo das tabelas um dos principais atractivos.
Garantida a vitória na primeira Taça Hugo dos Santos, restará agora ver os seus efeitos na equipa do FC Porto, que pensa sobretudo no campeonato e começa a livrar-se das mazelas de algumas das suas figuras, como Paulo Cunha.
Julian Terrell - O jogador certo no jogo certo
Após de uma exibição discreta com o Benfica, Julian Terrell reapareceu ao mais alto nível frente à Ovarense. Numa partida em que os ressaltos e o jogo interior foram pratos fortes, nada melhor do que ter um Terrell em campo.
Moncho López: Cada dia crescemos mais
Visivelmente satisfeito, Moncho López preferiu realçar o facto de o FC Porto estar a crescer. "A cada dia crescemos e mostramos que conseguimos evoluir um pouco mais. Estou muito satisfeito com a minha equipa. Neste jogo, fez tudo, na primeira parte, para construir uma vitória. A prova disso foram os poucos turnovers que sofremos", explicou o treinador do FC Porto, que continua a lembrar que "vencer uma prova é bom, mas a equipa ainda está longe dos principais objectivos que são, num clube como o FC Porto, vencer títulos e dar vitórias ao número crescente de adeptos que vão ao Dragão Caixa".
Sobre a pressão que já ia pairando pelo facto de os portistas não vencerem provas, Moncho foi claro. "Assumimos essa pressão e, entre nós, às vezes sentimos que tudo o que fazemos não está bem. Por isso, esta vitória é importante, mas não a mais importante", referiu o treinador, elogiando ainda a Ovarense por ter "merecido estar na final e ter estado em bom nível nesta Taça".
Mário Leite: Houve um défice na ofensiva
Mário Leite, da Ovarense, considerou que "a presença da equipa em mais uma final era um dos objectivos, e esse foi atingido". "O FC Porto foi um justo vencedor, soube condicionar a nossa ofensiva, na qual, se virmos as estatísticas, houve jogadores com um défice de pontos que teremos que corrigir", resumiu o técnico da formação de Ovar, reconhecendo que, "quando [a equipa perdia] por 12 pontos, houve um pouco de baixar de braços, mas já se sentia o cansaço".
Sob a arbitragem de Fernando Rocha, Fernando Rezende e Paulo Marques, as equipas alinharam e marcaram:
FC Porto (74) - Julian Terrell (17), Greg Stempin (4), Nuno Marçal (8), João Figueiredo (5) e Carlos Andrade (15). Jogaram ainda: André Bessa (5), Jorge Coelho (3), Rui Mota (11), David Gomes (2), José Almeida, Paulo Cunha (2) e João Soares (2).
Ovarense (53) - Shawn Jackson (1), José Barbosa (7), Christopher Lee (11), John Waller (15) e Miguel Miranda (1). Jogaram ainda: Nuno Cortez (7), Nuno Manarte (9), Pedro Azevedo (2) e André Pinto.