Salvo algumas exceções, uma das fragilidades do minibásquete em Portugal é que muitos dos eventos realizados não estão ligados aos clubes, mas estão apenas relacionados com as pessoas que estão à frente do minibásquete nesses clubes.
Vários são os exemplos que poderia evocar, pelo que me limito a referenciar como exemplo cinco eventos que tiveram grande expressão e dinâmica e que desapareceram: O torneio do Benfica com o Nuno Rodrigues a liderar todo o processo, o torneio do Sporting de Braga resultado do empenho do Mário Batista, o torneio do Imortal realizado com toda a dedicação e competência do Amandio Amorim, o torneio da AMUBI na Covilhã, iniciativa do António Sena e os enormes convívios realizados pelos Pimpões da Caldas excelentemente organizados pela Angélica Pinto. Quando estas pessoas deixam de estar ligadas aos clubes, os torneios desapareceram.
Contudo há casos em que os clubes assumem o torneio para além dos seus incentivadores. Um bom exemplo é o caso dos Bonjoanenses, que o Nuno Martins coordenou durante vários anos, mas a sua saída do clube não ditou o fim do torneio. Está de parabéns o Bonjoanenses, soube dar continuidade a um projeto que tem crescido exponencialmente. Este ano duplicou o número de participantes mais de 950 praticantes dos quais um terço equipas estrangeiras e facto absolutamente inédito que foi a presença de uma equipa dum país que vive para o basquetebol, a Lituânia. Este exemplo traz-me à memória uma sábia opinião do amigo Jorge Adelino, quando um belo dia me disse que há pequenos clubes que fazem grandes coisas e grandes clubes que fazem pequenas coisas.
Como patrono do evento do Bonjoanenses desde a sua primeira edição acompanhei, a convite do clube, uma vez mais este cada vez mais grandioso torneio. Espero que mais clubes sigam este bom exemplo. Felizmente sinto que há uma dinâmica, em que cada vez mais clubes se balançam a realizar torneios de minibásquete por esse país fora. O facto de estar institucionalmente afastado da modalidade, não me impede de olhar para esta realidade dos torneios que em boa hora tantos clubes organizam e apresentam duas sugestões.
Primeira, começar mais cedo na época a realização de torneios e tentar na medida do possível distribuir de uma forma mais equilibrada os torneios durante a época. A segunda, criar um documento, uma plataforma informativa de fácil acesso com todos os torneios que são de inscrição livre. Em conversa com o Bruno Cazeiro já lhe sugeri a criação desse instrumento, pois inúmeros são os amigos que de volta e meia me telefonam a perguntar se tenho conhecimento de torneios onde poderão levar as suas equipas.
Na informação deveriam constar as datas da realização, os escalões a que se destinam e o contacto para prestar mais informações e esclarecimentos, mas desde já posso informar há sempre dois torneios, que se realizam há muitos anos o Torneio Nacional de Minbásquete do Açores, tanto quanto sei desde 2001 criado pelo amigo José Fonseca, e que este ano foi um enorme sucesso com a dedicação da Liliana Dias e penso que o evento, em termos de continuidade, mais antigo do panorama nacional de torneios o Minicesto da Madeira criado em 1981. São dois eventos que se tornam inesquecíveis para os participantes.
