João Ribeiro é um jovem árbitro de 19 anos, natural de Ponte de Sôr. Arbitra desde 2007 em Santarém, tem gosto no que faz.
O Planeta Basket foi conhecer melhor o João a quem deseja imensas felicidades.
Estiveste ligado de alguma outra forma à modalidade antes de te dedicares à arbitragem? Jogaste basquetebol e onde?
Sim estive, joguei basquetebol durante 6 anos no Eléctrico Futebol Clube começando a minha formação no último ano de sub14 e tendo acabado no último ano de sub18.
Porque te decidiste tornar arbitro? Quais foram os principais motivos?
Em princípio foi uma experiência com uns amigos, queria sentir o que era ser árbitro e tentar aprender mais sobre as regras da modalidade.
Alguém te influenciou a enfrentares este desafio da arbitragem?
Sim, o meu treinador de primeiro ano de sub16, João Fernandes, que me incentivou a frequentar o curso de árbitros.
Para ti, quais são as qualidades que um jovem arbitro deve ter para ser bem sucedido?
Acima de tudo deve gostar daquilo que faz. Deve ainda saber ouvir as críticas, escutar os conselhos dos colegas mais velhos, ser imparcial, ser aplicado, o que implica estudar as regras e fazer testes e frequentar formações, tentar aplicar nos jogos aquilo que aprende.
Quais são os teus objectivos para esta “profissão” a longo prazo?
Os meus objectivos são tentar chegar o mais longe possível, se tiver capacidades para isso é claro e se a vida profissional o permitir.
Fazes algum tipo de análise após os jogos que apitas?
Sim, com o meu grupo de trabalho visualizo os filmes dos jogos mais importantes para esclarecer algumas dúvidas com que possa ter ficado na altura, falo do que correu menos bem durante os jogos e do que posso vir a melhorar no futuro para evitar situações idênticas; esclareço dúvidas e peço conselhos a colegas mais experientes.
As tuas simpatias ou antipatias com pessoas que estão em campo, influenciam o teu trabalho?
Não de modo algum, pois devemos ter a mesma atitude para todas as pessoas que estão em campo, independentemente dos meus sentimentos.
O momento da tomada de decisão é instantâneo. Alguma vez sentiste que erraste, logo após ter apitado?
Sim, já algumas vezes senti que errei. Como ainda me encontro numa fase de aprendizagem, também é normal aprender com os erros, o principal é procurar não repetir.
Como se sente um árbitro perante uma situação de dúvida, sobre um eventual erro que tenha cometido?
Sente-se mal porque esse erro pode ter prejudicado uma equipa e ter influenciado o resultado final.
Como lidas com situações de pais ou adeptos malcriados?
Não ligo, o que eles dizem não interessa para o jogo. O que interessa é o Fair Play entre as equipas. Esses adeptos não apreciam o espectáculo, apenas pretendem destabilizar. O desporto deve ser visto como um momento de lazer e prazer para todos os participantes e não como muitas vezes se vê transformado numa autêntica batalha de palavrões e de ameaças.
Qual foi o jogo mais difícil que apitaste?
Tramagal contra Stella Maris na CNB 2. Foi o meu primeiro jogo neste escalão e os jogadores não facilitaram nada o nosso desempenho.
Qual foi até hoje, o momento mais feliz da tua carreira, enquanto arbitro? E o mais infeliz?
Existem dois momentos felizes, o primeiro foi quando fui convocado para a Festa do Basquetebol Juvenil e o segundo quando fui nomeado para ir aos Potenciais Talentos. Não tenho nenhum momento infeliz.
Para ti onde está o potencial de um árbitro?
Ser assertivo nas decisões que toma, assumir os erros quando os comete, ter presença em campo e não se deixar influenciar perante a pressão.
Qual a importância dos oficiais de mesa?
A equipa de arbitragem não é só constituída pelos árbitros também inclui os oficiais de mesa, pois são eles que ajudam a esclarecer alguma dúvida que possa surgir, assim como executar todas as tarefas implícitas na sua função, como seja o controlo do tempo, registo dos pontos e faltas, descontos de tempo e a ajuda no controlo dos bancos.
Na tua opinião, qual é o nível do arbitragem portuguesa?
Actualmente o nível da arbitragem portuguesa é muito bom. Nos últimos anos a arbitragem tem vindo a evoluir tendo surgido jovens árbitros muito bons, são exemplo as prestações que estes têm tido a nível internacional.
Os árbitros também "jogam" em equipa. Há algum colega com quem tenhas particular apreço em fazer dupla?
Existem alguns colegas que gosto de arbitrar. No CAD de Santarém gosto de fazer dupla com o Sérgio Ferreira, João Gouveia, colegas que muito me ajudaram em campo no início da minha ainda curta carreira, o Rui Farinha e o David Silva como árbitros mais jovens.
Quais são os teus ídolos portugueses?
Existem vários. Desde os mais antigos aos mais jovens, todos têm contribuído para o sucesso da arbitragem Portuguesa.
Tens alguma referência a nível da arbitragem estrangeira?
Vejo mais o basquetebol da NBA e da nossa liga portuguesa, por isso não tenho nenhuma referência da arbitragem estrangeira.
O que é que pensas do site Planeta Basket?
Está muito bom, quem ainda não foi ver o site deveria visitá-lo.
O que pode ser melhorado na página dos árbitros?
Na minha opinião ultimamente tem vindo a melhorar, penso que a evoluir desta maneira não será necessário mudar muito.
Aproveito para agradecer o convite que me foi feito para participar neste site, desejo-vos as maiores felicidades, vão em frente.
Um abraço a todos que me têm ajudado, muito obrigado.
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