Este artigo deveria chamar-se o Nuno Rodrigues ou a capacidade rara de mudar de chip, mas seria um título longo demais. No meu último artigo disse que conhecia um caso sobre o qual iria falar esta semana. A excelente carreira que o Lusitânia está a realizar nesta época,
temporada de estreia do Nuno Rodrigues como treinador da Liga Portuguesa de Basquetebol, é um excelente sinal que o meu amigo “Grosas” tem a capacidade de mudar de “chip” e ser treinador da Liga e treinador de Minis.
Conheci o Nuno, em Novembro de 2000, por sugestão da amiga Patrícia Patrão; colaborou na realização da 1ª edição do Memorial Mário Lemos. Em abono da verdade, nesse evento, apesar das boas referências da Patrícia, não me causou uma impressão particularmente positiva. Admito que me enganei redondamente. Quantas vezes, não fazemos juízos precipitados?
Posteriormente o Nuno Rodrigues colaborou comigo em inúmeros jamborees, onde pude observar a sua enorme sensibilidade para os minis e principalmente para as crianças mais frágeis. O Nuno conseguia motivar e estimular os mais desenvolvidos e em simultâneo apoiar os mais frágeis, como poucas vezes vi na minha vida. Na sua forma de agir, primeiro estava sempre a criança, independentemente da sua capacidade para vir ou não a jogar basquetebol. Nos diversos eventos em que tive a felicidade de poder contar com o Nuno, podia estar sempre descansado, pois sabia que para os mais frágeis haveria sempre uma atenção adequada.
Inúmeras são as estórias que poderia contar, mas a que mais me marcou aconteceu no jamboree de Trancoso, com uma criança que tinha por alcunha o “Maniche”. O “Maniche” era uma criança fisicamente frágil e com problemas de integração e dificuldades motoras, mas todos os que estivemos nesse jamboree sabemos o que o Nuno, com a sua enorme sensibilidade e paciência, representou para o “Maniche”. Talvez um dia, aqui num artigo, conte essa bela estória.
Como este mundo é muito pequeno bem recentemente soube, através do Nuno, que o João Teixeira, actual jogador do Lusitânia, era o “Johny Lagarto”, (a minha alcunha para o João), que tinha estado no 11º Jamboree na ilha Terceira em 2007, um dos muitos jamborees em que pude contar com o apoio do Nuno. Para recordar esse jamboree anexo uma reportagem da RTP Açores, onde se vê o Nuno e realizada no pavilhão, que é agora a sua casa basquetebolística.
Contudo hoje, acima de tudo quero falar do amigo Nuno Rodrigues, que eu admiro por ser alguém que pensa pela sua própria cabeça e não tem receio nenhum em ser politicamente incorrecto. Sei por exemplo, que ele não defende a existência de regulamentos técnico-pedagógicos e teria, certamente, todo o meu apoio se todos fossem como o Nuno, que sabe claramente distinguir as necessidades e interesses das crianças, das necessidades e interesses dos adultos. Obrigado Nuno pela colaboração que me deste em muitos jamborees, nos quais marcaste positivamente tantas crianças.
Comentários
OBRIGADO, GRATO e muito AGRADECIDO.
Grande abraço