Se me perguntarem a mim, essas são as principais razões que o tornam melhor que os seus principais opositores. Os treinadores da conferência Oeste concordam comigo, dado que o escolheram como suplente para o jogo All-Star, mesmo apesar dele ter falhado inúmeros jogos devido a lesão e dos seus números terem descido este ano. Aqueles treinadores sabem o que é essencial. A chegada de Pau a Hollywood permitiu aos Lakers atingir as finais nos últimos dois anos e levantar o trofeu no passado mês de Junho em Orlando.
O mais espantoso é que o Pau é ainda mais dominante ao nível da competição internacional, quando está rodeado pelos seus compatriotas, que constituem a geração de ouro do basquetebol espanhol. A geração que venceu um título Mundial, atingiu a final Olímpica e conquistou o campeonato europeu nos últimos verões. Fantástico!
Basta comparar o sucesso da Espanha com a França, um país que tambem tem uma talentosa geração de jogadores na NBA, mas que não tem a coesão da armada espanhola. A técnica acima da média de Pau e o seu QI basquetebolista são ainda mais visíveis e impressionantes ao jogar ao lado do seu irmão e dos seus compatriotas. Mas quando o Pau se junta a Lamar Odom no triângulo ofensivo dos Lakers, todos os atletas da equipa de Los Angeles, incluindo Kobe, jogam de forma mais colectiva e partilham a bola.
Para mim, o melhor indicador de que o Lakers estão em apuros é quando o Kobe começa a forçar lançamentos e o Pau deixa de tocar na bola. Com a sua histórica troca da cidade do Elvis para LA, Pau deixou para trás a sua imagem de perdedor - apesar dos seus grandes números - para se tornar num vencedor talentoso numa cidade que respira basquetebol.
No final, esta troca não correu assim tão mal para a equipa de Memphis, como se pensava inicialmente, já que o irmão mais novo, Marc se está a transformar também ele, não só num jogador de nível All-Star, como também num vencedor.
Assisti ao crescimento dos dois manos nos últimos 10 anos e apenas posso dizer que os seus pais só podem estar orgulhosos, porque os desempenhos e bons valores que colocam dentro de campo, estão também presentes fora dele, no relacionamento com o publico e imprensa.
Se o Pau foi de uma equipa perdedora em Memphis para um crónico candidato em LA, o Marc passou de um lento e bolachudo jovem em Memphis no poste mais eficaz da conferência oeste da NBA em ... Memphis!
É claro que o Marc merecia acompanhar o Zach Randolph no banco do jogo all-star, até para celebrar a fantástica reviravolta dos Grizzlies nesta época. Quem poderia imaginar que o treinador Lionel Hollins conseguiria pegar num grupo de individualistas desmoralizados (Randolph, O.J. Mayo e Rudy Gay) e metê-los a jogar como um grupo colectivo e vencedor?
De qualquer forma, Marc vai levar o seu estilo "old-school" para o jogo dos rookies durante mais um ano, antes de começar a jogar com os mais velhor! E se os pais de Gasol estão orgulhosos dos seus filhos, imaginem só como a federação espanhola e a liga ACB se devem sentir.
Os dois irmãos são um perfeito exemplo da qualidade da formação dos clubes espanhóis, a par de Juan Carlos Navarro, Rudy Fernandez ou Jose Calderon, ente outros e são o produto daquela que é de longe, a melhor liga na Europa.
Se tal como o Tony Parker, o Pau resolver não participar no campeonato do mundo do próximo verão na Turquia, para dar descanso ao seu corpo, a sua escolha será lógica e eu compreenderei a sua decisão. Contudo, sentirei a falta do seu sentido brilhante de pensar o jogo de forma altruísta, não é Kobe?
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