No mínimo curioso
 
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No mínimo curioso

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FracoBom 

San Payo AraújoBem sei que os tempos e os contextos são outros, mas os muitos anos de vivência no minibásquete permitem-me algumas comparações, no mínimo curiosas.

Depois dos meus artigos sobre o enquadramento técnico das equipas de minibásquete, “A mania das grandezas” e sobre os atestados médicos para os minis, “Atestado de menoridade”; lembrei-me de narrar, como era organizado o minibásquete no início dos anos 70 em Portugal na região de Lisboa, e em que condições as crianças podiam participar nos convívios de minibásquete.

No início dos anos 70 as actividades do minibásquete na região de Lisboa eram organizadas por iniciativa do Prof. Mário Lemos através do Colégio Militar e da Escola Francisco de Arruda. Eram estes dois estabelecimentos de ensino que promoviam e organizavam, com o apoio do pavilhão da Ajuda, que na altura, se não estou em erro, dependia da Direcção Geral de Desportos, actual Instituto Português do Desporto e Juventude, as actividades do minibásquete na região de Lisboa.

Estes convívios que decorriam, normalmente aos Sábados à tarde, eram abertos às escolas do ensino público, que enquadradas pelos seus professores aderiam em número significativo, ao ensino privado, aos clubes de basquetebol federados e aos clubes informais de bairro.

É aqui que eu queria chegar, aos clubes informais de bairro. Foi num desses clubes que eu, enquadrado pelo prof. Mário Lemos, fui aos 16 anos de idade pela primeira vez monitor de minibásquete. Desse tempo guardo com muito carinho, o meu primeiro livro de basquetebol, que me foi oferecido com dedicatória, pelo Prof. Mário Lemos: “Baloncesto -Manuales para especialistas – organizacion juvenil española” de António Pinero.

É com base nesta vivência, que podemos ver como são diferentes os tempos. Bem sei que já vivíamos em plena “primavera marcelista”, mas não deixa de ser curioso, que em época de ditadura, em que o estado queria controlar tudo e todos, era no meio escolar, que o minibásquete era organizado com abertura ao meio federado e inclusivamente a clubes informais.

O clube informal que eu acompanhava era a “Nau Bérrio”, que participou de 1969 a 1973 nos convívios de minibásquete com várias equipas. Nunca passou de um clube informal, mas que movimentou várias dezenas de crianças. Isto foi possível no tempo da ditadura.

Longe de mim estar a fazer a apologia dos tempos da ditadura com a qual, até por influências familiares, o meu avô paterno esteve preso por razões políticas, nunca concordei, mas não deixa de ser curioso, verificar que no início dos anos 70, os pais se podiam responsabilizar pela prática desportiva dos seus filhos, os jovens mais velhos podiam acompanhar equipas de minibásquete e os bairros, à semelhança, tanto quanto sei do que se passava em Moçambique, podiam organizar equipas clubes informais, para participar em actividades fomentadas por estabelecimentos de ensino oficial.

Nos tempos da democracia e da liberdade, os obstáculos e as dificuldades, que vão sendo levantados à prática desportiva, muitas vezes em nome de interesses pouco claros, são tantos, que hoje em dia, continua a ser possível ter aulas de educação física e actividades desportivas no âmbito das escolas, sem atestados ou exames médico-desportivos, mas não é possível haver, como no início dos anos 70: clubes informais a participarem em convívios de minibásquete, os pais responsabilizarem-se pela prática desportiva dos seus filhos e os jovens mais velhos poderem acompanhar as crianças mais novas. Talvez nem tanto ao mar nem tanto à terra. Sei que a legislação nacional, e não a legislação da comunidade europeia, não permite o permite, mas quanto ao enquadramento defendo a criação do curso para animadores de minibásquete. Quanto ao resto é no mínimo, muito curioso!

 

Comentários 

 
+1 #3 Humberto Gomes 04-02-2014 11:34
Gostaria que pudessem inserir o 2ª comentário, enviado poucos minutos depois do 1º.
Obrigado.
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0 #2 Humberto Gomes 04-02-2014 11:32
Sobre a realidade das actividades desportivas que (não) se passam na maioria das nossas escolas..., virá a propósito referir que ainda neste fds, em conversa informal com dois meus ex-atletas (um deles prof de educação física - quase só...-) abordávamos a questão, constatando-se a enorme frustação que invade muitos desses respeitáveis profissionais, face ao muito que poderiam dar e contribuir,quan do muito pouco dão... com ou sem inspecções ou atestados médicos.
É o que temos. Só que é realmente triste verificar a gritante inércia dos nossos governantes nesta matéria.
Valha-nos aqui ter presente Goethe : "Corrigir ajuda. Encorajar ajuda ainda mais".
Neste país à beira mar plantado, são as tais coisas da "coisa desportiva".
Força e bem hajas, San Payo.
Aquele abraço.
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0 #1 Humberto Gomes 04-02-2014 11:17
Meu caro San Payo,

Talvez nunca a expressão "quem sabe da tenda é o tendeiro" tenha merecido ser aplicada, como desta feita, ao desenvolveres esse tema com tanta importância e actualidade.
Só vou recordar um pouco da minha experiência,log o a seguir ao 25 de Abril, quando iniciámos o projecto "Operação Porta Aberta 160",de minibasquete, no seio do CD "Os Olhanenses", que visava ter atingir 160 praticantes.Número em muito ultrapassado, chegando a cerca de 250.
160 crianças, constituindo 20 equipas de 8 jogadores enquadradas por 20 monitores(atlet as e ex-atletas) - sem curso; alguns, mais tarde, tiraram o de monitores (alguns são hoje treinadores competentes).E que experiência tão gratificante e valorativa, meu Deus!
O prof Fernando Mota, ao tempo na DGD, veio-nos visitar e manifestar o reconhecimento da entidade que,então, representava.
Fica o registo, porque factual!
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