O contraciclo
 
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O contraciclo

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FracoBom 

San Payo AraújoA evolução positiva do basquetebol feminino devia em minha opinião ser um “study case” (caso de estudo) mais aprofundado, para se compreender com rigor a origem

e evolução deste crescimento nas equipas seniores e melhoria dos resultados das selecções femininas.

Sem este estudo mais cuidado e rigoroso a única coisa que se pode ir dizendo são opiniões, que pouco mais manifestam que a sensibilidade dos seus autores. Não tenho a possibilidade de apresentar esse estudo mais aprofundado, que teria de passar por exemplo, quanto ao êxito das selecções mais novas, por um estudo comparativo do número de anos de prática das jovens, que foram sucessivamente passando pelas selecções nacionais. É uma opinião também intuitiva, mas não me espantaria que o número de anos de prática das jovens que chegam às selecções nacionais de formação tenha vindo progressivamente a aumentar.

Mas como não quero apenas manifestar mais uma opinião tive o cuidado de reunir um conjunto de dados que podem contribuir para a compreensão deste sucesso neste período de crise económica e financeira que assola o nosso país.

Todos sabemos que, salvo raríssimas excepções de casos muito dotados, um praticante para chegar a um selecção jovem demora muitos anos a formar, pelo que teremos sempre de olhar para o que é que aconteceu uns anos atrás, para que posteriormente surjam boas gerações de praticantes. Sei, até porque já o mencionei aqui no Planetabasket, que o número de praticantes se não tiver associado a uma prática regular também não tem muita expressão. Sabendo eu que as actividades para o minibásquete, promovidas pela FPB/CNMB, pelas Associações e pelos clubes tem vindo, felizmente, sempre a aumentar, faz algum sentido, apesar de termos de avaliar estes dados com alguma cautela, olhar para a evolução do número de praticantes do minibásquete feminino em Portugal, nos últimos 10 anos.

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
1792 2202 2634 3541 3634 3431 3434 3323 3293 3208

Como conhecedor da realidade do minibásquete nacional posso afirmar que o rápido crescimento entre 2006 e 2008 também passou pelo projecto, iniciado na época de 2005/06 de certificação dos clubes em Escolas Portuguesas de Minibásquete. O reconhecimento e a atribuição de bolas aos clubes certificados, constituiu um incentivo a que os clubes inscrevessem os seus minis. O processo de atribuição de bolas, felizmente, retomado este época, foi interrompido em 2009.

A partir destes dados, talvez seja mais fácil compreender a origem do momento actual do basquetebol feminino, O contraciclo do feminino tem uma origem e tem nomes, muitos nomes, que estão na base dessa origem. Na base dessa origem estão todos os treinadores que vão às escolas para atrair e cativar crianças para o minibásquete. Eu conheço muitos que disponibilizando o seu tempo e trabalho, com muita dedicação vão às escolas cativar e atrair crianças, uma acção sem visibilidade e pouco reconhecida. Na base do edifício actual estão treinadores que ano após ano, longe das primeiras páginas dos sites e dos jornais, sempre ligados ao minibásquete, nomeadamente ao feminino ajudam a fidelizar as crianças à modalidade. Na base deste crescimento e desenvolvimento estão clubes que dedicam muita atenção ao minibásquete feminino. Sei que é injusto mencionar apenas alguns clubes e nomes, sei que entre estes há nomes conhecidos e nomes menos conhecidos no universo do basquetebol, mas, mais injusto do que não mencionar alguém é ter conhecimento de quem o faz e não os reconhecer, só para não susceptibilizar, quem injustamente não é aqui mencionado. As bases e origem do contraciclo feminino têm nomes de clubes como a EDL agora BCL. EDV, CPN, Sp. Braga, Coimbrões, CP Esgueira, Colégio Calvão, Sp. Figueirense, Olivais, NDAP, Náutico de Abrantes, Amiense, Simecq, GDEMAN, ESA GDESSA, Seixal, para citar os que me vieram á cabeça. Contudo a bases da origem deste sucesso tem nomes como Ana Freixo, Abílio Lourenço, Sandra Batista, Lurdes Miranda, Paula Seabra, Inês Peres, Ângela Salgueiro, Ana Pinto, Telmo Botelho, Celso Casinha, Isabel Silva, Teresa Barata, Isabel Mendes, e muitos outros. As origens do contraciclo, em termos de actividades, também tem nomes, como António Veleirinho, que organizou aquele espectacular evento em que a Ticha Penicheiro interagiu com 500 meninas, algumas delas agora nas selecções nacionais,  que não se esquecerão daquele dia. Para finalizar terei de mencionar o director técnico da Associação de Basquetebol de Viana do Castelo César Castro que idealizou e pôs de pé o Circuito Ticha Penicheiro exclusivo para o minibásquete feminino.

Para todos os que referi e os que não mencionei o basquetebol só lhes pode estar muito agradecido. A onda que provocaram está a dar os seus efeitos, quando há prática e a base aumenta os resultados surgem com naturalidade, mas quando estes aparecem é bom não esquecer quem esteve na sua origem.

 

Comentários 

 
+2 #10 João Ribeiro 30-03-2014 10:04
Gostaria realçar que é importante podermos através destes comentários melhorar o artigo expressando a nossa opinião, mesmo que divergente da do autor.
Mas não deixa de ser um exercício de coerência. Não carecem de rigor científico, mas de coerência
Deste propósito destaco a dúvida que fica na opinião do companheiro Francisco Guedes: afinal temos melhores treinadores no feminino? Ou na generalidade são fracos? Se mo permitem creio que a todos os níveis temos bons treinadores e treinadores mal formados enquanto pessoas, bons treinadores conhecedores do jogo, outros com grande dificuldade em entender o jogo, a lógica do seu ensino; temos treinadores que se identificam plenamente com o conceito de formação de jogador(a), outros que apenas querem saber do presente. Toda esta variedade de filosofias dará o seu melhor ou pior contributo.
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+2 #9 João Ribeiro 28-03-2014 00:10
Quanto ao facto de existirem poucos grupos competitivos e haver necessidade das raparigas jogarem em escalões acima, não deixará de ser importante avaliarmos a longevidade dessas mesmas atletas. E qual a sua verdadeira perspectiva de carreira.
E se na realidade temos poucos grupos e poucas atletas, e se damos valor a um percurso equilibrado, será prejudicial privilegiarmos a captação de atletas do sexo feminino? Estragaremos o percurso de formação se deixarmos de ter raparigas em cadetes e juniores a jogarem em seniores?
Por último deixaria para reflexão se a quantidade de treino no feminino é assim tão grande ao ponto de possibilitar tão complexo e sistemático treino táctico? Se o for é uma mais valia sim, mas deverão as cadetes sujeitarem-se a esta quantidade para poderem atingir patamares de excelência durante muitos anos? Se se trabalha assim tanto e tão bem, temos de dar um passo em frente, alargar a base e fomentar o aumento do número de raparigas a jogar basquetebol.
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+1 #8 João Ribeiro 28-03-2014 00:01
Considero pertinentes e esclarecidos os argumentos do companheiro Francisco Guedes. Revela conhecimento daquele que é o percurso dificil que uma jovem atleta tem de fazer para chegar à dita elite.
Também concordo que poderemos estar mais próximo da elite europeia no feminino do que no feminino. Mas não posso estar de acordo com a visão que tem do Minibasquete e da sua importância no feminino e masculino. Como no Minibasquete o importante é a criança, a haver rejeições ao espírito do minibasquete deverão ser as crianças a manifestarem-se se gostam ou não. Os adultos, esses se forem treinadores de minibasquete devem dar o seu melhor e sere competentes, nas palestras, nas competições e nomeadamente a ensinar a gostar, ensinar a treinar, treinar para competir. Esse percurso não pode ter falhas
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-7 #7 Francisco Guedes 26-03-2014 13:28
A realidade em Portugal é que os treinadores são muito fracos em média.
Vivemos com 3 ou 4 anos de atraso em relação a Europa, se antes isto podia ser um mito agora é fácil, é ir ao youtube e ver a realidade que estão lá jogos desses escalões. Um jogo de sub14 de primeira água europeu será em Portugal um jogo de sub16 campeonato ou sub18 taça de Portugal.
Quanto à situação de me estar a referir a si , está equivocado estava a referir-me a todo o Portugal. Quanto ao convite de ir ver um treino no Belenenses não vou aceitar porque já vi algumas palestras suas e não concordo com a ideologia nem com o método, embora respeite todo o seu esforço e de tentar passar uma mensagem por todo o país.
Abraço e sorte
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+3 #6 San Payo 26-03-2014 09:56
Parte 3

Aproveito para dar uma informação. Ao contrário do que afirma não acredito que haja muitas minis de 9 anos a jogar em Sub-14, como afirma, pois legalmente tal não é possível.

Para terminar se eventualmente se referia a mim quanto “às palestras e longas filas” tenho todo o prazer e convidá-lo para assistir aos meus treinos no Belenenses e no final poderemos aproveitar para trocar opiniões e falar sobre estes temas do basquetebol.

Cumprimentos

P.S. Obrigado Patrícia pelo teu comentário, foi uma injustiça não ter no artigo mencionado o meritório trabalho que tens feito na JF do Campo. O artigo foi, como agora comentei, fundamentalment e para reconhecer pessoas que fazem o teu trabalho. Muitas outras deveria mencionar como por exemplo Isabel Ribeiro do Santos e Ana Moreira e muitos outros.
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+3 #5 San Payo 26-03-2014 09:46
Parte 2

Há no entanto algo que é incontestável, para termos mais equipas e mais clubes, e o número das equipas de seniores femininos em contraciclo à crise aumentou, temos de ter mais basquetebolista s e continuo a pensar que para termos melhor basquete, entre outros factores, temos de aumentar o número de praticantes.

Uma coisa é um estudo, outra são dados e outra são opiniões, que como disse no artigo manifestam a sensibilidade dos seus autores e aqui tenho, por exemplo, quanto ao seu comentário, que “o jogo feminino tem mais suporte táctico” que o masculino, serias dúvidas que seja uma opinião consensual.
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+3 #4 San Payo 26-03-2014 09:43
Parte 1

O artigo, que comenta, não é como afirmo um estudo aprofundado sobre o crescimento e evolução do basquetebol feminino, tem por objectivo principal reconhecer quem, com o seu esforço e dedicação contribui para a captação e atracção de jovens para o basquetebol, a par de apresentar alguns dados, sobre os quais me parece importante reflectir.

No caso de haver um estudo aprofundado o seu comentário lança algumas pistas que teriam de evidentemente ser equacionadas e avaliadas, obrigado pelo seu contributo.

Quanto à sua afirmação que continuamos a tentar explicar tudo através de números de praticantes minis, não me parece muito justa pois como digo no artigo. “Sei que o número de praticantes se não estiver associado a uma prática regular também não tem muita expressão.”
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+3 #3 Patrícia Correia 26-03-2014 08:31
Um assunto que realmente muitos dirigentes não dão valor ao trabalho que muitas treinadoras fazem nas escolas para cativar jovens atletas. Quando chegam aos escalões de competição querem atletas que já saibam jogar basket. É necessário muito tempo e dedicação para que estas atletas cheguem às selecções (tanto da parte da atleta como do treinador).
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-4 #2 Francisco Guedes 25-03-2014 15:34
Parte 2 -

- O nível dos treinadores femininos aumentou exponencialment e.

- A falta de jogadoras no feminino, leva um grande numero de atletas a jogar dois escalões todos os fins de semana.

- O lançamento de jogadoras na liga com tempo útil e em grande numero é fundamental.

- O basquetebol feminino em termos de condições físicas está mais próximo da elite europeia que o masculino.

- Tudo isto faz com que comecem a aparecer miúdas capazes de jogar basket fora de Portugal, nos Estados e em Espanha.

- Penso que para apanhar-mos o comboio da elite feminina, só temos que ter um campeonato sub12 de competição ao invés de encontros para palestras e exercícios com filas. Se conseguirmos colocar as melhores jogadoras sub10 a jogar logo sub12 mais fortes ainda seremos.
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-4 #1 Francisco Guedes 25-03-2014 15:29
Parte 1 -
Continuamos a tentar explicar tudo através de números de praticantes de minibasket quando a diferença para o masculino é feito nas acções.

O feminino tem mais sucesso que o masculino por diversas situações:

- As jogadoras passam menos tempo no minibasket que os miúdos e chegam ao escalão de iniciados muitas vezes com 10, 11 anos e muitas com 9 anos.

- Por falta de grupos competitivos há muitas subidas de escalão, há muitas miúdas cadetes de primeiro ano a jogar em juniores (tendo nós 3 ou 4 anos de atraso na Europa isso permite jogarem a um nível mais próximo do que é a realidade europeia).

- Há muitas miúdas juniores e algumas cadetes a jogarem seniores. Nos miúdos isso não existe.
- O jogo feminino tem mais suporte táctico o que leva a um maior conhecimento do jogo.
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