Escolaridade e desporto
 
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San Payo Araújo Nos meus artigos é raro fazer incursões fora do universo do basquetebol, mas mesmo assim quando as faço é sempre a partir do universo do basquetebol

que vou manifestando algumas das minhas reflexões e preocupações sociais.

Foi a iniciativa do Planeta Basket MB 50 anos 50 Depoimentos, nomeadamente a publicação de partes da reportagem de Jorge Schnitzer publicada no jornal “A Bola” de 1972 que me levaram a escrever estas linhas. A determinada altura na reportagem é afirmado pelo prof Calvet Magalhães, que existem “os meninos da escola” e “os meninos da rua”, e o professor Mário Lemos já alertara na mesma reportagem, para o facto de nessa época a escolaridade terminar no 2º ciclo, havendo apenas 6 anos de ensino obrigatório. Note-se que os 6 anos já eram uma conquista da “primavera marcelista”, pois até ao final dos anos 60, praticamente não existiam jardins-de-infância e a escolaridade obrigatória ficava-se pela 4” classe. Também se percebe na reportagem, que aos 11, 12 anos já havia crianças a trabalhar. Outros tempos, outras realidades.

Em breve serão comemorados os 40 anos do 25 de Abril. Uma das principais transformações sociais do pós-25 de Abril foi o aumento da escolaridade obrigatória até ao 12ºano. Bem sei que levar a cabo esse desígnio levanta muitos problemas, bem sei que nem sempre o ensino teve a qualidade desejada, mas o aumento da escolaridade obrigatória é para mim, o caminho certo. Ao ler a entrevista do Jorge Schnitzer, que me faz relembrar o passado, o que me preocupa, são as inúmeras opiniões de jovens ligados a juventudes partidárias, que nas redes sociais vem defender a diminuição do ensino obrigatório. Ou seja, se a escolaridade obrigatória até ao 12º ano levanta problemas, a solução mais fácil é acabar com a escolaridade até ao 12º ano, e assim cada vez que tivermos um problema no ensino, diminuímos a escolaridade obrigatória até voltarmos ao antes do 25 de Abril.

Como afirmei no meu artigo “Estado do Basquetebol” nunca tive apetência para me filiar em nenhum partido, sempre gostei de ter a liberdade, de apenas responder pela minha consciência e convicções.

Ainda relacionado com estes temas, foi com muito agrado e interesse que li na entrevista no Jornal I, associada aos 40 anos do 25 de Abril, um conjunto de opiniões, vindas de um militante partidário, com as quais concordo na íntegra. Na sua extensa entrevista, da qual transcrevemos algumas passagens as respostas de Alípio Dias às perguntas que lhe foram colocadas são as seguintes:

Esta geração de jotas foi educada pela sua geração, não foi?
Pela minha não, que eu nunca quis jotas. É o maior erro que os partidos estão a fazer. Mas já havia jotas com Sá Carneiro. Eu dizia sempre: Francisco, é um erro que se está a fazer. Ele achava que era o futuro.-   O futuro, Francisco, é estudar, é obrigá-los a conhecer as pessoas, a passar por algumas dificuldades. Mas em vez disso estamos a criar meninos e meninas que vão para os gabinetes, que metem cunhas, que querem ter carrinhos, que dormem com ministros, uma bagunçada, e daqui a uns anos vamos ter gente incompetente a governar-nos.

E o que dizia Sá Carneiro?
Que não, que tinha de se fazer escola, para eu não o contrariar. Sempre disse que não queria jotas comigo, estive oito anos num gabinete e nunca tive nenhum. Tive juízes conselheiros, pessoas mais velhas que eu, por isso fiz a reforma fiscal toda. Os jotas têm de trabalhar, têm de sofrer, têm de saber o que é viver só do seu trabalho, respeitar as outras convicções. Porque não tenha dúvida, a malta que temos hoje no poder, se pudesse, não fazia nada. Olhe o que estão a fazer aos pensionistas...

O que falta à geração que está hoje no poder?
Falta ser educada. Education, no sentido inglês do termo. Esta geração não teve education, permitem-se fazer tudo, não respeitam constituições, não respeitam leis….

Se há uma coisa que o desporto, quando bem enquadrado ensina, é o conceito de esforço, a noção que não devemos desistir, que devemos sempre tentar superamo-nos. Seria muito bom que alguns jovens dessas juventudes partidárias, ao invés de sugerirem a solução mais fácil, ou seja reduzir o tempo de escolaridade obrigatória, trabalhassem e se esforçassem para manter e melhorar a escola neste país, e esta seria seguramente melhor se olhasse para o desporto com outros olhos.

 

 


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