Sempre que possível tento não reagir a quente, tento deixar que passe algum tempo e entusiasmo, para depois com calma abordar o que vai acontecendo. Se por um lado às vezes se perde o sentido da oportunidade,
por outro lado permite-nos olhar para as coisas eventualmente com um pouco mais objectividade. Vem esta introdução a propósito da pompa e circunstância como foi anunciado pela Federação no Comité Olímpico Português o projecto do NBA Junior.
O impacto, mesmo alarido que houve nos órgãos de comunicação social em torno deste projecto foi algo que me fez no mínimo reflectir, pois não fiquei a saber rigorosamente nada, sobre quem vai coordenar esse projecto, quais as fontes do seu financiamento, que escolas vão aderir, é por convite, por selecção, ou por inscrição livre, quem vão ser os professores/treinadores das equipas das escolas inscritas, quantos treinos semanais vão ter as equipas, esta iniciativa é aberta a praticantes federados, ou visa o alargamento do número de praticantes, em que dias, a que horas e em que espaços vai decorrer a competição, quem vai arbitrar os jogos?
Não consegui em lado nenhum descortinar qualquer informação sobre estas e outras questões que ainda poderia acrescentar, como, por exemplo, vai haver formação para os professores/treinadores envolvidos neste projecto?
Curiosamente de uma forma não coordenada e articulada pela federação, conheço por esse país fora algumas iniciativas e tentativas de projectos que visam promover o basquetebol nas escolas. A que conheço mais estruturada é a promovida pela Associação High-Play com o apoio da Câmara de Gaia e que este ano contou igualmente com o apoio da Liga Espanhola Endesa. O MCBA é um projecto já estruturado, que até já ganhou um prémio do IPDJ, e que não tem merecido atenção nem por parte do universo do basquetebol, nem dos órgãos de comunicação social.
Vivemos tempos em que se dá muito mais importância à forma do que ao conteúdo, não há nenhuma informação sobre quais vão ser os conteúdos e como vai estar estruturado o NBA – Junior, mas bastou aparecerem no embrulho três letras, NBA, e logo meio mundo noticiou este projecto.
Para bem da modalidade gostaria que este projecto seja bem-sucedido, mas até ver, espero que não se fique pelo embrulho.
Comentários
Não estará na altura de rentabilizar o investimento feito de ambas as partes (FPB e Treinadores) nos cursos de treinadores, para os envolver e responsabilizar na condução a bom porto deste e outros projetos que possam ser estruturantes da modalidade em Portugal?
Por isso, como refere o San Payo, é que não tem sido devidamente aproveitado o projeto da Assoç Hig-Play. Ainda por cima, se conta com o apoio da Liga Espanhola Endesa. Nivelar por baixo, é mais cómodo e não dá tanto trabalho com o que mais interessa-os CONTEÚDOS-. Só que não programar ou programar mal, corresponderá, inevitávelmente , a programar o ...fracasso- Uma infelizmência !