Tenho seguido com muito agrado todos os episódios do podcast SerMinibásquete, que o Luís Abreu em boa hora resolveu por de pé. Falar de minibásquete não só é importante é decisivo para o seu crescimento e divulgação.
Todos os que gostamos das primeiras etapas da formação ficamos a ganhar com esta partilha de vivências e experiências de pessoas ligadas ao minibásquete.
Uma vez mais segui o último episódio, com a excelente entrevista ao Francisco Morais. Da entrevista o que mais me agradou foi o reforço da ideia que num jogo de minibásquete, e estou a falar de minibásquete e não de basquetebol, na medida do possível, todas as crianças devem jogar o mesmo tempo, independentemente das suas capacidades. Esse é o verdadeiro espírito do minibásquete.
Fala-se muito no desenvolvimento a longo prazo, mas depois será que ele é mesmo posto em prática. Para sermos coerentes, não deveriam as próprias competições desportivas, dar tempo ao tempo, não ter pressas e refletir essa ideia de progressão de etapas, desde o minibásquete até aos seniores? Nos seniores jogam evidentemente os mais aptos, pois o resultado expresso no resultado numérico é o que conta. Com isto não estou a afirmar que quem vai para dentro de campo não deva dar o seu melhor para vencer.
Aliás, costumo dizer que nunca vi uma criança entrar para dentro de campo e não ter vontade de vencer. Já não estou tão seguro a fazer a mesma afirmação para jogadores profissionais. Nos seniores não estamos a falar de aprendizagem ou desenvolvimento. Compreendo que a seguir ao minibásquete, já não seja obrigatório todos os participantes jogarem o mesmo tempo, são etapas que se vão alcançando é uma progressão até chegar aos seniores. Já tenho mais dificuldade em compreender, que entre o minibásquete e o escalão subsequente não haja diferenças, seja tudo igual não haja progressão.
É com alguma apreensão tomo conhecimento, que um dos princípios que impus na organização das Festas do Minibásquete, por mim concebidas, quando fui o responsável pelo minibásquete na federação tenha desaparecido. Esse princípio respeitando a origem e o que deve ser a essência do minibásquete determinava que todos os jovens que iam a Paços de Ferreira, faziam rigorosamente o mesmo número de jogos e jogavam todos rigorosamente o mesmo tempo. Só pela infelicidade de uma lesão ou por excesso de faltas pessoais é que isso não acontecia. Esse princípio do minibásquete defendido, não por todos, mas por muitos que se dedicam muitos anos ao minibásquete, pelo que fui vendo deixou infelizmente de existir em Paços de Ferreira.
Felizmente, que há ideias que introduzi no evento, que ainda não foram alteradas, como o momento de convívio e as atividades lúdicas entre todas as seleções e familiares dos jovens participantes no penúltimo dia do evento, e outras ideias sobre as quais não me vou alongar. Esse momento de convívio, que o meu amigo Armindo Calção tão bem soube interpretar desde a primeira edição, teve nos últimos anos uma expressão, que não tenho dúvidas ser dos momentos mais marcantes, se não o mais marcante, aquele que ficará na memória de todos os jovens que vão à Festa do Minibásquete.
Obrigado à Câmara de Paços de Ferreira pela organização de mais uma Festa que em breve irá decorrer, obrigado amigo Armindo Calção pelo desafio que há mais de década e meia me lançaste e por tão bem saberes, com iniciativas fantásticas, interpretar o que eu penso sobre a Festa do Minibásquete.