Caros leitores, à luz da divulgação do meu podcast: SerMinibasquete, um podcast dedicado ao minibasquete, irei escrever um conjunto de 8 artigos com temas que já foram abordados nos diversos episódios.
Se quiserem conhecer um pouco mais sobre mim, deixo aqui o link para a entrevista que me foi realizada pelo San Payo Araújo. Agradeço desde já, a oportunidade ao Planeta Basquete, por divulgar o meu trabalho e pelo esforço incansável que tem feito pela modalidade e pelo minibasquete.
Quero começar por referir desde já, que na elaboração destes artigos contei com o apoio do San Payo Araújo, com a ajuda da filosofia e sapiência do mesmo. Para mim é uma evidência, que se estamos a falar de minibasquete há uma coisa que deve ser trazida ao cerne da questão: a criança. Pôr a criança em primeiro lugar, SEMPRE! Penso que se olharmos para o minibasquete através desta perspetiva a modalidade irá crescer, iremos ter mais e consequentemente, iremos ter mais e melhores atletas.
O minibasquete anda na ordem do dia. Muitos falam do minibasquete, existindo um discurso generalizado de que o minibasquete tem de ser uma prioridade, de que o minibasquete tem de ser melhor tratado para que os atletas cheguem melhor preparados às suas seguintes etapas desportivas. No fundo, através das palavras do treinador Francisco Morais, é objetivo que os atletas saiam do minibasquete: tecnicamente evoluídos, taticamente capazes, socialmente competentes e com uma elevada intensidade de jogo (#11 - Francisco Morais • SerMinibasquete (spotify.com)).
A manifestação é clara, mas como melhoramos o minibasquete? A resposta que irei tentar apresentar neste artigo é melhorar o agente que está mais próximo das crianças: o treinador. É este que lida com elas, que comunica com elas, que escolhe as tarefas a realizar no treino, que ajuda as crianças a gerir as suas frustrações, e outras tantas coisas que fazem a criança sentir-se bem a praticar a modalidade.
Por outras palavras, quem está no minibasquete precisa de ser pedagogicamente dotado para lidar com as crianças nestas fases. Tem de ser interessado pelo sucesso das crianças e pela evolução das mesmas. Tem de compreender a utilidade do treino e da competição para o desenvolvimento da criança. Tem de ter imensas facetas (muitas das quais eu ainda não possuo) que irei tentar abordar nos próximos artigos.
Colocar treinadores certos no minibasquete é o primeiro ponto de ação concreta para colocar as crianças no centro da questão. Existem muitos clubes onde esta tendência existe, mas o mais comum é encontramos no minibasquete, treinadores ou monitores que:
- Acabaram de ser atletas ou ainda são e querem começar a sua experiência como treinador, ou seja, pouco experientes;
- Treinadores pouco motivados para estar no minibasquete;
- Grupos com 20 atletas para 1 só treinador;
- Grupos muito heterogéneos.
Com isto não quero dizer que os treinadores jovens não tenham lugar no minibasquete, porque são essenciais e muitos conseguem criar uma relação com a criança melhor que os adultos, no entanto, é preciso que estejam sempre bem contextualizados e acompanhados por um treinador mais experiente. Quem está no minibasquete necessita acima de tudo ter uma grande aptidão para lidar com crianças.
Em suma, enquanto o discurso for um, mas a ação for outra e o contexto do minibasquete não for enquadrado por agentes experientes, a criança não será bem cuidada nem terá as suas necessidades e interesses satisfeitos o que inevitavelmente levará à sua desmotivação e à não fidelização à modalidade.