Antes de desistires, dizeres que já não queres porque é difícil, porque o esforço é demasiado, lembra-te de porque é que começaste, lembra-te dos momentos que te fizeram ficar e dedicar tanto da tua vida ao desporto.
Há dois anos, pouco antes de me surgir a ideia da DreamAchieve, escrevi este texto:
“Às vezes perguntam-me se tenho saudades. Digo que não, mas há momentos, breves momentos, em que tudo me volta à mente... O meu coração volta a encher-se, e parece que fico de novo com pele de galinha quando me lembro do ambiente de um pavilhão de basquete.
As vozes ecoam pelo ar a palavra "defesa", as sapatilhas chiam no solo de madeira, o cheiro da borracha da bola, o som lindo dela a entrar na rede sem espinhas. As palmas combinadas a chamar pelo nome do clube, o festejo daquele movimento impossível, o resultado positivo de uma jogada tão treinada. Recuperar uma bola depois de 24 segundos de defesa, provocar os 8 segundos antes do meio campo, sacar uma atacante com um pouco de teatro... O triplo, a falta e dois, o pick and roll perfeito...
E aquele abraço de equipa depois de uma grande vitória? O moche no final do jogo, o abraço suado, o balneário cheio de conversa e riso... O dia-a-dia do treino em equipa que se torna família...
Também me lembro de falhar debaixo do cesto, de perder de vista a minha jogadora e levar um corte nas costas, de deixar a bola escapar-me das mãos, de ouvir um berro do banco, e até do som da bancada desiludida com uma derrota. Mas até esses momentos, valeram a pena! Fizeram de mim quem sou hoje. Fizeram parte da construção da pessoa que me tornei.
Faz parte de mim cair e levantar, gritar "Bora!" quando algo parece perdido, exigir da colega do lado que continue a lutar, perder hoje e pensar imediatamente na batalha de amanhã, festejar cada vitória, analisar cada derrota... Treinar, ser melhor, desafiar-me, ilimitar-me! Ter um certo ego que há quem diga que é arrogância, mas é essencial para uma vencedora.
Só marcava porque sempre que lançava ao cesto tinha a certeza que ia marcar, mesmo quando falhava.
Perder para mim é o horror, gosto de competir em tudo e acabar em primeiro.
Nem todos entendem, mas outros entendem perfeitamente...
Secalhar digo que não tenho saudades porque nunca ouvi o apito final da minha carreira... Talvez ela nunca acabe, talvez ela faça sempre parte de mim...
Pois é. Não acabou! Terei para sempre uma mente de atleta! E para todos os que fizeram parte, obrigada!”
Dois meses antes de voltar ao desporto, mesmo que já não como atleta, e agora como psicóloga, lembrei-me de porque comecei tudo e porque dei ao basquetebol tantas horas, dias, meses, anos!... Lembrei-me porque deu ao basquete tantos momentos de família, tantas horas de estudo, tantas saídas com amigos... Lembrei-me de quem era e do que me tornei por causa do treino e da competição.
Antes de desistires, pensa nisso! Pensa nos momentos, nas pessoas, nas aprendizagens, nas emoções todas...
Diz lá que não cresceste! Diz lá que não desenvolveste algo em ti que só o desporto dá! Diz lá que não foste feliz!
Porquê parar? Só porque ficou difícil? Ficou difícil porque subiste de patamar! São boas notícias, não percebes? Se te deres tempo suficiente vais adaptar-te como sempre fizeste, vais crescer como tens crescido até aqui, e vais ter vontade, daqui a uns tempos, de voltar a subir de patamar.
Não conseguimos viver sem dificuldade, porque é ela que nos mostra que somos capazes de fazer coisas que ao inicio achávamos impossível.
Queres mesmo desistir e nunca mais ter essa sensação?
Até para a semana!
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Nádia Tavares
Psicóloga do Desporto
Top Performance Coach
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Comentários
Obrigado por esta partilha de experiência☺️