“O minibásquete é a alegria de jogar e por isso penso que devemos levar essa alegria ao maior número de crianças”, diz Marco Pereira nesta entrevista. Ir ao Açores é possível conheça o exemplo do Penalva Basket Clube.
Uma vez mais tive a possibilidade de confirmar a ideia, que em qualquer projecto o mais importante é a capacidade das pessoas. A minha curiosidade foi imediata, quando soube que o Penalva Basket Clube, ia participar no 2º Torneio Nacional de Minibásquete em Santa Maria com duas equipas, uma feminina e uma masculina. Como é que foi possível a um clube do interior do país, no primeiro ano que tem minibásquete, conseguir mobilizar tantos minis para se deslocarem à ilha de Santa Maria nos Açores. Chegado a Vila do Porto abordei o Marco Pereira, para me contar a história do seu clube, para me informar como foi possível por esta iniciativa de pé. Divulgar os bons exemplos e as boas práticas é um dos objectivos do Planetabasket, razão pela qual entrevistámos Marco Pereira, e queremos que fique a conhecer o projecto do Penalva Basket Clube.
Como e quando surgiu o Penalva Basket Clube?
O Penalva Basket surge em 2008 na sequência da enorme motivação manifestada por um grupo feminino do Desporto Escolar da Escola EBI de Ínsua em Penalva do Castelo no ano lectivo 2006/2007. Após a participação no regional da DREC, promovi uma reunião com os encarregados de educação e concluímos que deveríamos formar uma colectividade com o objecto social de promover a prática do basquetebol no concelho de Penalva do Castelo.
Há quanto tempo tem o clube escalão de minibásquete?
Esta época foi a nossa primeira participação em encontros de minibásquete.
Qual é a tua ligação ao basquetebol?
Apesar de ter sido jogador de voleibol, desde muito novo gostava de ver jogos de basquete. No ano lectivo 1988/89 orientei pela primeira vez uma equipa de basquetebol, iniciados masculinos, no âmbito do Desporto Escolar. Mas foi durante a minha Licenciatura em Educação Física, com a participação em diversos torneios entre instituições do Ensino Superior, que deu para perceber a “Magia” da modalidade. Fiz a especialização em basquetebol e posteriormente treinei várias equipas, sempre em escalões de formação.
Como foi possível a um clube tão jovem financiar e ter a capacidade de deslocar uma comitiva tão grande até Santa Maria nos Açores?
Através de diversas parcerias, articulação de projectos e apoios de diversas entidades. Os Mini - 12 que participaram no Torneio Nacional na Ilha de Santa Maria são meus alunos nas disciplinas de Educação Física e Área de Projecto, são meus atletas no Penalva Basket e meus atletas no grupo de desporto escolar. Durante o ano lectivo estiveram comigo cerca de 10 horas por semana. Deste modo foi possível criar produzir e vender brinquedos, cantámos “As Janeiras”, vendemos rifas, fizemos sorteios, vendemos artigos regionais na feira do Queijo e do Pastor de Penalva do Castelo, escrevemos cartas a pedir subsídios, as mães dos atletas fizeram bolos para serem vendidos na escola e explorámos um bar na festa da Juventude. Todas estas acções valeram muito para enriquecer o desenvolvimento das crianças, mas o que mais me comoveu foi o envolvimento e a participação dos pais e encarregados de educação. Para eles, os meus sinceros parabéns, pelo que se empenharam e dedicaram ao projecto e também pelos filhos que têm.
Qual é o resultado desta experiência e que reflexos achas que a participação neste evento poder ter na dinâmica do clube?
Penso que iremos conseguir uma participação mais activa dos pais dos atletas nas actividades do clube e um incremento acentuado do número de crianças a praticar basquetebol.
O que é que pensa um clube tão jovem da dinâmica do minibásquete na sua Associação e no país em geral?
Julgo que se tem feito um esforço acrescido para promover o minibásquete, mas têm faltado, de facto, os apoios e, o mais importante que já foi referido na introdução, a capacidade das pessoas, ou talvez, mais pessoas com capacidade. Digo isto porque elas existem, têm é que ser motivadas, induzidas, envolvidas, mobilizadas.
O minibásquete é a alegria de jogar e por isso penso que devemos levar essa alegria ao maior número de crianças. Julgo que isso é possível se actuarmos directamente onde as crianças estão – na escola – A escola é o local privilegiado.
Este evento incorporou, na opinião do Presidente da AB de Santa Maria, muito do espírito do jamboree, soubeste que nesta época se realizaram dois jamborees?
Tive conhecimento de um Jamboree que se realizou em Vila Nova de Cerveira, quanto ao outro, realizado em Ponte da Barca, confesso que não soube da sua realização.
Quais são os projectos mais imediatos do vosso clube e com que apoios contam para os por em prática e levá-los a bom porto?
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido, pretendemos inscrever para a próxima época uma equipa Sub 19 feminina, uma Sub 14 masculina, uma Sub 14 feminina e Minis - 12 e Minis - 10.
Contamos sempre com os apoios da Associação de Basquetebol de Viseu, Câmara Municipal de Penalva do Castelo e do tecido empresarial do Concelho
Que pergunta gostaria que lhe fizesse e que resposta daria?
A preparação da vossa participação no torneio de Santa Maria foi muito desgastante. Se fosse hoje, voltavas a dedicar-te intensivamente ao projecto.
Resposta: Já comecei a preparar a nossa participação no torneio de 2011 na Ilha Terceira.
Comentários
Parabéns pela entrevista e continuação de excelente trabalho.
Estes exemplos deixam-me feliz e dão me força para continuar envolvida nesta magia, que é o minibásquete.
Beijinhos