Em Madrid no FIBA Europe – Get Together de 2009, ouvi o Orenga, um dos membros da Comissão de Seguimento Individualizado da FEB dizer que para criarem estímulos e vontades fortes,
o estágio de verão das seleções de Sub-13 e Sub-14 era feito em simultâneo. No final do estágio, os Sub-13 viam os Sub-14 receberem o seu primeiro equipamento da seleção, as botas os fatos de treino o saco, para irem participar no estrangeiro num importante torneio internacional de Sub-14, que existe na Eslovénia. Este facto gerava nos Sub-13 o sonho de no ano seguinte ser a sua vez de irem representar o seu país no estrangeiro e aumentava-lhes a vontade de trabalhar.
No ano passado em Collell perguntei ao José Silva, responsável pela Academia, se ainda continuavam com o mesmo procedimento. Foi aqui que percebi que a FEB vai procedendo a ajustamentos, pois atualmente quem vai ao torneio da Eslovénia, que embora seja um torneio para Sub-14, são os Sub-13.
O que a FEB pretende neste torneio é avaliar não apenas o comportamento desportivo, mas a capacidade de adaptação dos jovens, a uma alimentação diferente, às viagens, às instalações. Se este fator podia continuar a ser avaliado, já no fator desportivo, não havia possibilidade de se proceder a uma grande avaliação, pois o superioridade da seleção espanhola neste torneio era tão grande, que pouco dava para observar os jovens, nomeadamente a sua capacidade de não desistir, quando se está a perder e a sua forma de reagir quando surgem as derrotas. Era na opinião da FEB, muito dinheiro gasto, e não conseguiam avaliar na globalidade o que queriam.
Foi por este motivo que quem passou a ir ao torneio da Eslovénia foi a seleção de Sub-13 e não a seleção de Sub-14. Esta seleção ao ter de se confrontar com equipas um ano mais velha, têm jogos mais equilibrados e ganham uns e perdem outros, facto que dá para avaliar as suas reações e comportamentos. Neste caso, como em muitas outras situações da vida, o fracasso é baixar os braços e desistir e o sucesso é saber lidar e resistir à derrota. Saber observar o que fizemos mal é decisivo para conseguirmos melhorar. Colocar a responsabilidade das derrotas em fatores exteriores, normalmente na arbitragem, é o caminho mais fácil, para a desculpabilização dos nossos erros.
Na atividade desportiva, assim como na vida, havemos sempre de ter alegrias e frustrações, saber lidar com as alegria e saber resistir às frustrações é indubitavelmente um ato de inteligência.