Começa esta semana a 2ª Festa do Minibásquete – Paços de Ferreira – Capital do Móvel. Grande parte do êxito da 1ª Festa passou pelo comportamento e atitude da generalidade dos treinadores presentes.
Num evento com índole classificativa é natural e normal que os treinadores queiram ganhar. Isso faz parte da natureza humana. O problema não é, nem nunca será esse, o problema reside, apenas, no caminho que escolhemos para lá chegar. Aqui sim há uma linha que separa os treinadores, que escolhem o caminho do desenvolvimento dos praticantes para chegar aos resultados e os treinadores que se centram de tal maneira no resultado, que não se importam de escolher vias menos éticas para conseguir vencer os jogos.
Por tão absurdo que isso é, face às idades em causa, já nem quero falar na falta de ética que é não cumprir o acordado, que é encontrar formas de “enganar” o regulamento.
Estando a falar de formação, nem quero falar na falta de ética que será um treinador instigar um jovem a simular uma lesão, para que outro jogador possa entrar em campo.
Estou a falar de treinadores que, dentro do que é permitido, se sevem das crianças para conseguirem um resultado, na triste lógica, igualmente conducente à falta de ética, de que “tudo o que não proibido é permitido”.
Para ilustrar esta lógica, vi em tempos um jogo de minibásquete em que um treinador em função do resultado, compreendendo que tinha um jovem, que por já jogar há algum tempo e por ter uma maturação biológica precoce relativamente aos outros, dificilmente o seu defensor direto o conseguia parar. Para vencer o jogo, qual foi a solução encontrada. Fácil, no ataque, colocar os restantes jogadores da equipa completamente encostados à linha lateral do lado direito do campo para que o jovem com maior maturação, tivesse mais espaço e menos oposição para jogar 1 x 1 no lado esquerdo do campo.
Uma vez mais considerando as idades de que estamos a falar, soluções como construir um movimento para libertar o melhor jogador da equipa, retirando toda a iniciativa aos restantes, poderá ser um ato de perspicácia do treinador, poderá conduzir à vitória, e quando as crianças ganham ficam evidentemente satisfeitas, mas não estamos decididamente preocupados no desenvolvimento das crianças, dos praticantes, nem sequer da modalidade.
Os grandes treinadores de formação, aqueles que ficam para a história, são aqueles que escolhem o caminho do desenvolvimento e que conseguem resultados. Em Portugal há um nome que me vem logo à cabeça: Jorge Adelino, razão pela qual, aconselho vivamente a quem gosta da formação ler no site da ANTB a sua rubrica: Se eles dizem. Garanto-vos que vale a pena.