No passado dia 3 de Novembro, no Pavilhão do Instituto Educativo do Juncal, realizou-se a primeira acção do projeto que, na AB Leiria denominámos, há 4 épocas a esta parte - Seleção do Futuro.
Entre ausências e não inscritos participaram nesta acção cerca de 42 crianças, rapazes e raparigas, oriundos da grande maioria dos clubes da nossa associação.
O que vos trouxe a este pavilhão? Perguntou San Payo, um dos convidados de honra desta iniciativa, à plateia de crianças. A resposta não se fez esperar – Jogar!
O projeto Seleção do Futuro pretende identificar, observar e seleccionar crianças pertencentes ao escalão de sub-12, que, no entender dos treinadores dos clubes apresentem potencial para, no futuro, poderem vir a integrar as seleções distritais da AB Leiria, nomeadamente as seleções de sub-14. Esta iniciativa é ainda uma experiência que, realizando-se há 4 épocas, tem sido alvo de vários ensaios para elaboração de um modelo de aplicação que satisfaça os propósitos do projeto.
Se na época de 2011-2012 foi possível reunir vários treinadores durante uma manhã e solicitar-lhes opinião sobre os atletas presentes, dentro de várias categorias – Físico, Antropométrico, Atitude, Decisão, Técnica, etc.- Na presente época procurámos reunir os seleccionadores distritais, os treinadores dos atletas convocados e três diretores de campo – José Miranda e San Payo Araújo foram, nesse sentido, os convidados de honra.
Como referimos no início deste artigo, a essência desta acção foi unicamente colocar as crianças em jogo 4x4, livre de instruções, correcções ou indicações de natureza técnica ou tática. Certificámo-nos porém de que o ambiente de jogo era favorável a que o praticante pudesse participar ativamente no jogo, sendo da responsabilidade dos diretores de campo, garantir que as regras básicas do jogo eram cumpridas.
Lançada a atividade, raparigas jogaram entre si, bem como os rapazes. Tudo pronto para que os olhos dos treinadores presentes se centrassem na observação de comportamentos. Atente-se, pois não foi objectivo desta acção imitar cegamente a dinâmica de Collel. Antes quisemos quebrar a inércia de não se fazer nada para mudar. Pretendemos contribuir para inovar e melhorar o processo de deteção e captação de atletas com potencial para a modalidade.
Observamos, modificámos equipas, retomamos o jogo, proporcionámos direção da equipa aos treinadores presentes (apenas para as substituições e garantia de que todos jogavam o mesmo tempo) e deixámos que o espaço vital dos praticantes fosse explorado durante cerca de duas horas. É certo de que não foi possível observar tudo e todos de forma exaustiva, nem inclusive tecer comentários pormenorizados sobre todos os participantes. Mas foi viável nivelar grupos através da suas capacidades para jogar, identificar os mais altos, os que aparentam potencial atlético os que tomam a iniciativa do jogo, os guerreiros. Pistas quanto baste para podermos valorizar este momento.
Mas não foram apenas estes momentos de observação que gostaríamos de salientar. O envolvimento dos treinadores naquele que é o jogo dos principiantes é algo que enaltecemos e agradecemos, pois sem esse envolvimento a riqueza deste momento de observação tinha-se perdido, hipotecando a qualidade do Amanhã que pretendemos qualitativamente melhor. Da experiência do San Payo Araújo neste contexto, à subtiliza das intervenções de José Miranda, passando pela qualidade observadora do Xavier, foi possível sistematizar procedimentos e melhorar o processo para observações futuras.
Trazer este tema ao artigo desta semana não pretende revelar verdades absolutas, nem fórmulas mágicas para obter sucesso desportivo. Pretende sim despertar-vos para a necessidade de captarmos talentos através de momentos motivantes para os praticantes observados, construir um conjunto de critérios para observar potenciais jogadores, que vá para lá da capacidade para jogar e dê relevo a comportamentos, decisões e formas de estar, indicadores do perfil do candidato a talento.
A uma grande conclusão chegámos: iniciativas desta natureza são ainda mais ricas no escalão de sub-14, onde o praticante poderá conhecer mais o jogo e expressar de uma forma mais relevante, as suas capacidades motoras e técnicas para jogar basquetebol.
O nosso orgulho é que os praticantes praticamente não eram pela nossa presença, jogaram até fartar, envolveram-se na atividade e, eventualmente houve um grande contributo para a sua fidelização à modalidade.
Melhorar esta atividade passa por conseguir influenciar os treinadores para se envolverem nestes momentos, independentemente de poderem ou não ter atletas seus a participar.
Ao Jorge Martins, ao Jorge Pedro, ao Luís Zambujo, ao Raul Antunes, ao Xavier Silva o nosso obrigado pela brilhante colaboração. Ao San Payo Araújo e ao José Miranda o nosso especial agradecimento pela forma sábia como se envolveram nesta experiência. Aos treinadores que tiveram ou possam vir a ter atletas envolvidos em ações desta natureza, reforçamos o apelo à participação e contributo na observação. Ao Dário Mourato, responsável pela Seleção do Futuro, o forte desejo de que estes atletas possam vir a evoluir e, no final da época representar a nossa AB Leiria em Paços de Ferreira evidenciando sinais de progresso, de acordo com as suas características e o seu ritmo de aprendizagem.
Às crianças que participaram na primeira acção da seleção do futuro enviamos os nossos parabéns pela forma empenhada e alegre com que jogaram minibasquete durante 2 horas. Para todos, na tarde do dia 3 de Novembro, o Minibasquete foi sem dúvida a melhor atividade para jogar. Mini…basquete…Mais uma vez…experimentem vocês!
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