A frase não é da minha autoria, mas concordo totalmente, que ”as mentes são como os paraquedas funcionam quando se abrem”, contudo há situações que tenho dificuldade em compreender.
A minha disponibilidade permanente e o meu empenho ao fim de mais de uma década a realizar ações de formação não podem deixar margens para dúvidas sobre a importância que dou à formação. No entanto, repito há coisas que tenho muita dificuldade em compreender.
Estive recentemente em mais um Get Together, durante o qual decorreu a convenção de minibásquete da Fiba-Europa. Nesta convenção houve quatro países que fizeram a apresentação dos programas e organização do minibásquete dos seus países: Alemanha, Eslovénia, França e Itália.
Sei que não é a realidade em todos os países europeus, mas não pude deixar de ficar admirado em saber que, ao contrário de Portugal, um país como a França, atual campeão europeu de seniores masculinos e que tem mais do que 150.000 praticantes de minibásquete , qualquer encarregado de educação, jogador jovem com mais de 18 anos ou qualquer ex-jogador, mesmo não tendo formação, pode dar treinos e acompanhar equipas de minibásquete.
Soube na convenção de minibásquete que em França para treinar minibásquete o adulto apenas se tem de inscrever na federação como animador de minibásquete. Esta é a forma, que a França país que não passa pelas dificuldades vividas em Portugal, tem para integrar na sua estrutura federativa centenas ou milhares de voluntários que de uma forma voluntária e muitos de forma benévola estão dispostos a ensinar minibásquete nos clubes.
Em Portugal, num momento em que as dificuldades são cada vez maiores, conseguimos colocar cada vez mais obstáculos e dificuldades a um verdadeiro serviço público de muitos voluntários benévolos.
Em Portugal quem quiser ensinar minibásquete tem de tirar o curso de nível 1, que ainda bem recentemente aumentou de carga horária e custos. Reafirmo que a formação é decisiva no desenvolvimento de qualquer atividade humana, mas será que neste momento estamos em condições de desperdiçar a vontade, empenho e trabalho benévolo de várias centenas de pessoas, que se voluntariam para ensinar minibásquete, ou estamos a ser mais papistas que o papa.
Confesso que sei pouco de legislação, mas tenho dificuldade em compreender, que me venham dizer que são normas comunitárias, pois fico a pensar que a França não pertence à União Europeia. Se forem normas nacionais devemos ser um país muito rico que se pode dar ao luxo de desperdiçar trabalho voluntário: mania das grandezas.
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