A galinha da vizinha
 
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A galinha da vizinha

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San Payo Araújo“Complexos de quinta e egoísmos de capela, não são bons conselheiros quando causas mais altas se levantam!”

Brandão Ferreira

Em termos de selecções nacionais de seniores o basquetebol e o râguebi tiveram o momento mais alto da sua história em 2007, quando o basquetebol apurado pela primeira vez para uma fase final do Europeu conseguiu passar a primeira fase e classificar-se num memorável nono lugar e o râguebi conseguiu ser apurado para a fase final do mundial, e embora não tenha alcançado um única vitória soube, nessa altura potenciar a sua imagem.

Muitas foram então as vozes críticas, dentro da nossa modalidade, que compararam a capacidade que o râguebi, ao contrário do basquetebol, teve para potenciar as suas prestações, que em abono da verdade se saldaram unicamente em derrotas. Contudo a imagem de coesão e entrega ao jogo e tentativa de superação foi muito elogiada.

Passados oito anos as ambas as modalidades vivem momentos conturbados, no basquetebol, principalmente como é do conhecimento generalizado no mundo da arbitragem: e no raguebi com múltiplas questões, vindas a público, quer de uma maneira mais ponderada, mas não deixando de manifestar alguma desilusão por Tomás Morais nas suas crónicas no jornal “A Bola”, quer em diversas entrevistas, principalmente no Jornal o “Publico” como por exemplo as entrevistas que tive o cuidado  de ler de Lourenço Fernandes Thomaz de 27/07/15 ou a de Luís Cassiano Neves de 07/10/15.

O processo do râguebi terminou, ou não, nas recentes eleições para a direcção da federação com uma apertada vitória de Cassiano Neves, sobre Amado da Silva, logo posta em causa por Francisco Martins, promotor da lista menos votada, que interpôs um recurso invocando irregularidades na lista vencedora. A mesa da Assembleia decidiu não deliberar sobre tal matéria e marcou uma nova Assembleia Geral para deliberar sobre o tema.

Despido da necessidade de ser original, todas estas situações só me fazem lembrar duas máximas populares de grande sabedoria. “A galinha da vizinha é melhor do que a minha” e “Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão."

No entanto termino, não com uma máxima popular ,mas com uma frase, de Brandão Ferreira, que para mim faz todo o sentido no contexto em que estamos a viver, quer seja no râgueby, quer seja no basquetebol, quer seja noutros contextos da sociedade portuguesa. “Complexos de quinta e egoísmos de capela, não são bons conselheiros quando causas mais altas se levantam!”

Há muito desperdício de energias em egos e questões pessoais, que não contribuem certamente para que os praticantes possam em ambiente de entusiasmo mas tranquilo, fazer o que mais gostam: jogar. Pela minha parte, e para manter alguma tranquilidade e sanidade mental no meio de todas estas confusões, continuarei preferencialmente a focar as minhas energias no que considero fundamental e mais importante para a modalidade: ensinar minibásquete e o gosto pela modalidade aos mais novos.

 

 


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