AMUBI - crianças não pagam
 
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AMUBI - crianças não pagam

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altNas minhas funções como responsável federativo do minibásquete durante 16 anos, muitos foram os directores técnicos das Associações Distritais que conheci.

Um dos directores técnicos regionais, que mais sensibilidade demonstrou para a importância do minibásquete foi António Sena da Associação de Basquetebol de Castelo Branco, que tendo deixado as suas funções em 2016 não deixou de se dedicar à causa do minibásquete tendo criado a Academia de Minibásquete da Universidade da Beira Interior a AMUBI. Este nóvel clube tem organizado excelentes eventos de minibásquete no interior do país na cidade da Covilhã. No próximo fim de semana dia 6 de Maio a Covilhã vai ser palco de mais uma iniciativa da AMUBI. Dar a conhecer melhor este clube e António Sena são motivos mais do que suficientes para esta entrevista.

Falar de António Sena é falarmos do casal Sena. Como começou a vossa ligação ao basquetebol? Relata-nos em breves palavras o teu percurso na modalidade.
A ligação da família Sena ao basquetebol teve início em 1968, quando estudantes da Escola Campos Melo da Covilhã inscreveu 3 equipas de basquetebol feminino no Torneio Primavera organizado pelo Clube Desportivo da Covilhã. Da participação nesse Torneio formou-se a 1.ª equipa de basquetebol feminino federado, representando o CDC, sendo eu o treinador e a Odete atleta. Foi aí que se iniciou o nosso relacionamento pessoal.

O CDC foi campeão nacional da II Divisão Feminina nas épocas de 1979/1980 e 1983/1984, sendo eu o treinador dessas equipas.

Durante mais de duas décadas treinei as equipas de vários escalões do CDC e equipa sénior do Clube de Basquetebol do Fundão.

Como jogador fiz parte da equipa do CDC que subiu à II Divisão.

Em 1986, e porque a Associação de Basquetebol de Castelo Branco estava inactiva e integrada e dependente da Delegação Regional da Direcção Geral dos Desportos de Castelo Branco, conseguimos, eu, o Manecas, a Odete e o Sr. Bichinho fazer com que a ABCB ficasse sediada na Covilhã, e dependente da Federação Portuguesa de Basquetebol. A sede da Associção ainda é no dias de hoje na cidade da Covilhã e nesse mesmo ano fui nomeado Director Técnico da Associação de Basquetebol de Castelo Branco, cargo que exerci durante cerca de 30 anos.

Neste longuíssimo percurso conta-nos momentos que te marcaram todo o teu percurso como director técnico?
Ao longo de tantos anos em que exerci as funções de DTR foram inúmeros os episódios em que estive envolvido, salientando a primeira organização da ABCB de uma fase final nacional (cadetes masculinos), a organização da Supertaça entre as equipas do Benfica e do Porto em Castelo Branco, com a realização de reunião de Associações, o jamboree nacional de minibasquete, o encontro de Minibasquete na Serra da Estrela, a participação nos Torneios Transfronteiriços com as Associações da Guarda, Alentejo e Federaciones de Castilla Leon e Extremenha de Baloncesto,  a organização no Fundão de um jogo espetáculo com as equipas dos Globetroters  e ainda a realização na Covilhã da primeira reunião do grupo de trabalho mandatado pelas Associações Distritais que deu início às Festas do Basquetebol.

Depois de te dares a conhecer queremos  conhecer melhor o projecto da AMUBI. Como nasceu, como se tem desenvolvido, quais os principais objectivos e quais as maiores dificuldades?
Após a cessação de funções como DTR, no intuito de manter a minha ligação à modalidade, sendo a Odete funcionária da UBI, elaborámos e apresentámos um projecto à Universidade, designado “Academia de Minibásquete da UBI”, cuja finalidade primária foi a de ir de encontro das necessidades das crianças entre os 6 e os 12 anos de idade, filhos e familiares de funcionários e professores da UBI, alargado à população da cidade da Covilhã em geral, promovendo oportunidades para que todas as crianças participem com sucesso e evoluam a níveis apropriados com as suas capacidades e escolhas, sem o pagamento de qualquer mensalidade, projecto que foi aceite e se mantêm até à data. Na presente época foi celebrado um novo protocolo com a UBI, tendo a AMUBI sido integrada como um núcleo da Casa de Pessoal da UBI.

O torneio da AMUBI tem se revelado como um excelente evento organizado no interior do país, quantas edições já houve e quais as expectativas para o próximo evento?
O próximo evento será no próximo dia 6 de maio, sendo a terceira edição deste evento, denominado “Torneio Cidade da Covilhã/UBI” e para o qual contamos com o apoio da Universidade e da Câmara Municipal da Covilhã, pretendendo com estas organizações proporcionar aos nossos atletas competição com equipas de outras Associações do País e também dar a conhecer a quem nos visita a nossa cidade e Universidade, pelo que as expectativas são sempre as melhores e elevadas.

Falemos agora de minibásquete no país, com um tão longo percurso ligado à modalidade como vês a sua evolução e o que poderia ser feito para na tua opinião termos mais e melhor minibásquete, nas regiões interiores e em todo o país?
Na minha opinião, para haver um melhor minibasquete, é preciso que a Federação e as Associações invistam mais no escalão, pois o trabalho desenvolvido pelo CNMB desde 2000, precisa de ser consolidado com a realização de novas iniciativas, pois neste momento são essencialmente os clubes que continuam a procurar, através de iniciativas próprias e sem qualquer apoio da Federação e das Associações, dar a possibilidade aos seus jovens praticantes de evoluírem.

Para o escalão de Minis-12, com o crescimento notório que houve no minibásquete, deveria ser equacionada a realização de eventos e competições, ajustados à realidade existente no país, apoiados pela Federação. Penso que estas iniciativas poderão contribuir para a consolidação dos jovens praticantes, nomeadamente na transição e fortalecimento do minibásquete para o escalão de Sub-13.

Na tua opinião o que é um bom treinador de minibásquete e como deveríamos encarar a sua formação?
Um bom treinador de Minibasquete deve ter como objectivo incutir na criança o gosto pela prática desportiva, desenvolvendo as suas capacidades motoras e, depois, o ensino das técnicas individuais e do jogo, sem grandes preocupação pelos resultados, mas fundamentalmente pelo desenvolvimento das crianças.

A formação do treinador de minibasquete deverá passar por formação específica de quem pretender iniciar-se como treinador, formação focada no desenvolvimento da criança, para além do ensino dos fundamentos do basquetebol, com acompanhamento e formação contínua especifica para o escalão.

Finalmente que pergunta gostarias tu que te fizessem e que resposta?
As gerações mais novas não sabem, mas nos anos 80 o minibásquete era promovido e financiado fundamentalmente pela Direcção Geral dos Desportos, através das suas delegações regionais, actualmente a primeira responsabilidade do desenvolvimento do minibásquete é da Federação. A pergunta que gostaria que me fizessem é uma que já me foi feita: Como poderemos ter mais e melhor minibásquete, nomeadamente no interior do país. A resposta é simples, definir o minibásquete como uma verdadeira prioridade da federação e dando muito mais atenção e apoio ao minibásquete.

 

 


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