Não é a primeira, nem a segunda, nem será seguramente a última vez, que refiro que atrás do sucesso duma equipa de formação está o trabalho feito anos atrás no minibásquete. Numa breve pesquisa a mais de 10 anos de colaboração no Planeta Basket encontrei logo dois artigos
“Onde tudo começa” e “O que é o sucesso?” em que relaciono os bons desempenhos de alguns clubes como o Beira Mar, Desportivo da Póvoa, Clube Basquete de Queluz, Imortal, Scalipus e Sporting de Braga com o trabalho desenvolvido anos antes no minibásquete. Também já o fiz, que me lembre, relativamente a seleções distritais, nomeadamente Castelo Branco e Algarve, participantes na Festa do Basquetebol.
Hoje quero realçar a brilhante e imprópria para cardíacos, vitória do Belenenses na fase final do Campeonato Regional de Lisboa de Sub-18.
Ninguém faz nada sozinho, contudo há intervenientes que pela sua entrega, dedicação e competência são decisivos nos processos vitoriosos. Hoje vou falar com algum conhecimento de causa e proximidade do Bernardo Esteves, treinador dos Sub-18 do Belenenses. O Bernardo acompanha esta geração vencedora, que grande parte jogou minibásquete no Belenenses, desde que alguns anos. Alguns, ainda com idade de Mini, integraram então a equipa de Sub-14 treinada pelo Bernardo Esteves.
Esta equipa teve nas mãos do Bernardo uma trajetória em crescendo fantástica. Em Sub-14 passou despercebida, em Sub-16 já chegou à final a quatro do campeonato regional de Lisboa, que decorreu no pavilhão do CA Queluz e finalmente em Sub-18 sagraram-se recentemente campeões regionais de Lisboa. Vi muitos destes jovens, como por exemplo o Simão, o Daniel e o Giovani jogarem em minis na Covilhã num torneio organizado pela AMUBI e em Faro no torneio do clube filial do Belenenses “Os Bonjoanenses”.
Já em Sub-16, já eu estava na Madeira convivi com a equipa num torneio organizado pelo CDE Francisco Franco, onde toda a equipa se deslocou no navio Armas, que antes da pandemia navegava entre Portimão e o Funchal.
Que me desculpem os restantes jogadores, inclusivamente o Duarte Biscaia que com aquele extraordinário “beat-buzzer” levou a equipa a prolongamento. Mas hoje quero falar de dois jogadores, nomeadamente do jovem que há mais anos é jogador do Belenenses o Vasco Reino e o que só chegou este ano ao clube o André Afonso, MVP da final a 4. O Vasco o pequeno enorme base desta equipa encarna, um valor infelizmente bastante caído em desuso, o espírito de pertença a um clube, encarna a alma do clube. Sem o André Afonso, que foi muito bem integrado na sólida estrutura de equipa já existente, e que veio das mãos dum grande treinador o Ivan Kostourkov, teria sido muito difícil senão impossível vencer o campeonato.
O Bernardo Esteves abre um novo ciclo no Belenenses, pois curiosamente a última equipa a vencer um regional de Lisboa nos escalões de formação, e já lá vão uns anos, tinha sido treinada pelo amigo Ivan. É simbolicamente a passagem do testemunho.
Parabéns à equipa, parabéns ao Bernardo e a todo o enquadramento humano da secção de basquete do Belenenses. Roma e Pavia não se fizeram num dia.
PS: Finalmente uma palavra de apreço para a UD Vila Franquense pela excelente organização desta fase final e pelas transmissões que me possibilitaram no sossego de Melides acompanhar o jogo final.