A competição no minibasquete
 
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A competição no minibasquete

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A competição no minibasqueteTal como o SerMinibasquete, estes artigos regressam esta semana. Com a prática desportiva regular, naturalmente deve surgir a competição. A competição é extremamente importante, os miúdos precisam de jogar frequentemente.

É sobre este tema que me vou debruçar.

A minha opinião sobre a competição foi mudando, especialmente no que diz respeito ao minibasquete, mas com o tempo fui definindo melhor as minhas ideias. A competição é um tema sensível: muitos se questionam se ela deve existir, de que formas, com resultados ou sem resultados, enfim, uma série de questões. O que consigo compreender com clareza é que a competição, principalmente nestas idades, não é boa nem má por si só. Tudo depende dos intervenientes, e com isto quero dizer: treinadores, dirigente e pais.

Tal como tudo no trabalho do treinador, a competição tem de possuir objetivos e eu acredito plenamente que além do prazer que a competição deve trazer ao atleta, a finalidade principal é a aprendizagem. Esta divide-se em alguns pontos: o da autoaprendizagem, no sentido da criança aprender a lidar consigo mesma, a gerir as suas emoções (por exemplo quando sofre um contacto e o árbitro não assinala falta), ou as suas expectativas (que se traduz nas expectativas dos pais e dos treinadores), no sentido de qual é a sua visão da vitória e da derrota.

Serve também para os treinadores aferirem se os conteúdos trabalhados estão consolidados, pois é nestes momentos de maior stress que conseguimos perceber se as ideias transmitidas estão a ser assimilados pelos atletas.

Acredito que devemos sempre jogar para vencer. No entanto, é essencial entender o custo da vitória, definir claramente os objetivos para o nosso grupo e verificar se estão a ser alcançados. Uma vitória sem trabalho e sem aprendizagem é uma vitória “vazia”. Ganhar é importante, mas não pode ser o MAIS importante. Temos de conseguir distinguir o “querer ganhar” do “ganhar”, são duas ideias parecidas, mas diferentes. Nós como treinadores não podemos ter o valor da vitória em primeiro lugar. Aliás, acredito que num jogo de minibasquete somos responsáveis pelo bem-estar de todas as crianças dentro de campo.

Tenho ideia de que a chave é percebermos que competimos com o adversário e não contra o adversário. Do que adianta em minibasquete uma equipa ser muito superior à outra? Não acho que a diferença de resultado seja problemática. O que me preocupa é quando o jogo perde a sua essência: quando uma equipa não consegue realizar um lançamento ao cesto, ultrapassar a linha do meio-campo ou sequer repor a bola em campo.

Há várias estratégias que podem ser utilizadas quando uma equipa é superior à outra, transformando o jogo numa oportunidade de aprendizagem para todos. Apresento algumas ideias:

  • Ataque – “só podemos lançar de 1 lado do cesto” ou “depois de lançar, temos de tocar na linha final”. Acho importante ter regras que não desvirtuem o jogo, como, por exemplo, “todos têm que tocar na bola antes de lançar”.
  • Defesa – “conseguir impedir o avanço do colega, mas com as mãos atrás das costas”, ou “defender sem nenhum contacto no jogador com bola”.

Para terminar, gostava de partilhar duas ideias. A primeiro é sobre os tempos de jogo: todos devem ter a mesma oportunidade de jogar. No entanto, em questões de desigualdade utilizo dois critérios: assiduidade nos treinos e esforço durante os mesmos.

Uma segunda ideia refere-se ao pós-competição: acredito na importância de haver um momento de autorreflexão, em que analisamos o que fizemos bem e o que precisamos de melhorar. Considero que é fundamental iniciar este processo desde cedo, pois os miúdos são muito inteligentes e, assim, começam desde já a criar expectativas adequadas sobre si mesmos e a pensar no que precisam de melhorar.

 

 


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