Capacidade de pensar diferente
 
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Capacidade de pensar diferente

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Capacidade de pensar diferenteCom a devida vénia não resisti em transcrever este post do Ruben Amorim, que anda a circular no facebook. É a minha prenda de Natal, para quem ainda não teve a oportunidade de ler esta, no mínimo, curiosa reflexão.

"Dei por mim a pensar que temos a estrutura dos cursos de treinador invertida.

O nível máximo é atribuído para treinar uma equipa principal, mas deveria ser ao contrário. Os treinadores de formação têm de gerir detalhes muito mais delicados e decisivos na definição do Ser Humano que está à sua frente.

Tudo é mais difícil na formação do que numa equipa profissional, porque as decisões que são tomadas têm um impacto direto e imediato no crescimento e desenvolvimento da criança.

Na formação o que sinto é que muitas vezes existe uma linguagem ambígua. Define-se que os resultados não importam, mas depois quando a coisa aperta e é necessário ganhar o tal jogo decisivo, há um esquecimento momentâneo da filosofia definida.

Considero que o que mais me marcou ao longo do percurso não foi a parte técnica ou tática do jogo, mas as pessoas com quem me cruzei e as situações que tive de viver para estar aqui.

O conhecimento que funciona e dá resultados é aquele que é capaz de responder a todas as dúvidas e dar segurança a quem é liderado por nós. As pessoas crescem na segurança, estabilidade e na confiança.

Ser treinador de formação é muito mais que ensinar o jogo."

Rúben Amorim no livro "Não é Só Futebol, Estúpido" de Hugo Leal

Este texto fez-me lembrar a minha última época 1997/98 como treinador dos seniores no Atlético Clube de Portugal. Nessa época treinei os extremos. Dava treino aos minis das 17.30 às 19.00 e de seguida treinava os seniores das 19.00 às 21.00. Fruto dessa experiência, posso afirmar que pelo menos do ponto de vista físico, a maior parte das vezes o treino dos minis era para mim muito mais exigente que o treino dos seniores.

Para além da inversão da importância nos cursos de treinadores mencionada por Ruben Amorim, penso que está a ser muito benevolente quando fala na linguagem ambígua na frase. “Na formação o que sinto é que muitas vezes existe uma linguagem ambígua. Define-se que os resultados não importam, mas depois quando a coisa aperta e é necessário ganhar o tal jogo decisivo, há um esquecimento momentâneo da filosofia definida.” Penso que mais do que um esquecimento momentâneo há uma enorme hipocrisia. No discurso estamos de acordo, mas quando chega à prática a música muda.

O que leva muitos treinadores de formação a terem esse discurso ambíguo. São eles os únicos responsáveis? Eu também já tenho alertado para a diferença entre o discurso e a prática, mas também sei que é mais fácil criticar os treinadores da formação, do que criar condições para que não sejam levados a esta ambiguidade, para não dizer hipocrisia.

Quantas vezes os treinadores da formação são criticados por estarem a fazer um mau trabalho, sem nunca lhes ser perguntado, já nem falo no que ganham, mas em que condições estão a trabalhar.

Na forma que a nossa sociedade está organizada é impensável dar mais importância aos treinadores da formação. Face a esta impossibilidade, ao menos que haja mais reconhecimento do seu trabalho e dedicação. Seria importante olhar para a trajetória de quem iniciou e ajudou a desenvolver e a fazer despontar novos valores que estão a surgir no nosso país como o Nemias Queta, o Ruben Prey, o Diogo Brito, o Rafa Lisboa ou o André Cruz, entre outros, que poderia e deveria mencionar. A todos um bom Natal.

 

 


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