Ensinar a jogar… jogando
 
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Ensinar a jogar… jogando

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Ensinar a jogar… jogandoEnsinar a jogar basquetebol não é fácil e, nem sempre, a abordagem inicial é feita utilizando métodos que cativem e estimulem o desejo de aprender e gostar da sua prática. Numa análise superficial poderá fazer algum sentido abordar primeiro os fundamentos técnicos

e depois as tácticas na iniciação ao basquetebol.

Nada mais errado; se o fizermos estaremos a ensinar esses fundamentos fora do contexto do jogo.

No passado e no modelo de ensino tradicional, colocávamos muita enfâse na aprendizagem das técnicas básicas e a dar maior importância ao como fazer do que ao que fazer nas situações reais do jogo.

Neste processo de ensino, o treino torna-se aborrecido e priva as crianças do desejo intrínseco e natural de jogar.

Com alguma frequência ouvimos no decorrer dos treinos os atletas perguntarem ao treinador:

Então, hoje não há jogo?

É através de jogos modificados e da descoberta guiada do ensino que capacitamos os jovens a resolver os problemas que surgem e a tornar a prática da modalidade mais divertida.

As crianças podem aprender rapidamente a lançar, passar ou driblar mas, vão sentir maiores dificuldades quando for preciso usar esses fundamentos em competição.

O método analítico restringe o treino com actividades que embora correlacionadas com o jogo não são treinadas em contexto apropriado, não satisfazem o desejo de jogar e os exercícios propostos com tarefas pré-definidas não ajudam ao treino da tomada de decisão e, na aprendizagem da técnica só se ensina o como fazer.

Através do jogo as crianças descobrem o que fazer, mais pelas dificuldades que sentem do que por aquilo que lhes dizem; a partir daí compete aos treinadores ajudar à descoberta da solução dos problemas que surgem.

Podemos, por isso, ao iniciar a prática da modalidade criar jogos modificados adaptados ao nível dos jogadores e projectados para a execução de acções específicas do jogo.

Por exemplo, ao jogar 2x2 ou 3x3 em meio campo e ao não permitir lançar antes de cinco passes, estamos a obrigar os jogadores a pensar o que têm que fazer para manter a posse de bola.

Mas, qualquer exercício pouco valerá se não formos capazes de intervir no momento certo e de fazer perguntas sobre os erros que estamos a ver.

Procedendo deste modo estamos a ajudar os jogadores a entender melhor os nossos objectivos e as acções técnicas que devem realizar. É fundamental que os jogadores, enquanto aprendem, experimentem o sucesso e a melhor maneira será criar situações de vantagem (2c1, 3c2).

Os jogos desportivos carecem de um tratamento didáctico que reduza a complexidade, a dificuldade das tarefas e facilitem a aprendizagem.

Formas simplificadas de jogo, reduzindo a área do terreno, diminuindo o número de jogadores e adaptando as regras para nos aproximarmos das capacidades cognitivas e motoras dos praticantes é o caminho a seguir.

Neste processo de ensino as crianças divertem-se, têm uma participação mais activa e o treinador a possibilidade de focar a sua atenção em situações específicas favorecendo assim a criação de jogadores criativos e inteligentes.

Compete agora ao treinador interromper o treino no momento certo para em breve sessão de perguntas e respostas discutir os erros que os jogadores estão a cometer.

À medida que os jogadores se vão desenvolvendo vamos diminuindo as situações de vantagem. A chave do sucesso será criar sempre momentos desafiantes e que os jogadores ao perceber a sua evolução estejam cada vez mais motivados no aprimoramento das suas capacidades técnicas.

No jogo, a participação é mais activa e passa-se mais tempo a praticar. De imediato, os treinos serão mais divertidos e atractivos Ao aproximarmos o treino do jogo conseguimos que as crianças fiquem a adorar o basquetebol e se sintam motivadas para aprender as técnicas que as vão ajudar a jogar melhor.

Aprender as técnicas em jogos modificados e mais simples, deixa os jogadores descobrir os “porquês e os “quandos” em ambiente de diversão. Quando eles se apercebem que o domínio da técnica favorece o seu desempenho e o prazer de jogar treinam com mais entusiasmo no seu aperfeiçoamento.
Aproximar o treino do jogo atrai o jogador em contextos reais e específicos para o processo da tomada de decisão.

Os exercícios só por si não funcionam porque lhes falta especificidade, ou seja, são efectuados fora do contexto do jogo e, o que normalmente acontece é que no jogo nada sai bem.

Só em prática aleatória e em ambiente de constante mudança é que o jogador ajusta a forma como deve decidir e executar a acção requerida.
Nos tempos actuais ainda predominam estilos autocráticos na condução dos treinos.

Os métodos tradicionais de ensino estão agora a ser ultrapassados por métodos que criam reais e agradáveis momentos de aprendizagem e assim os atletas aprendem o que e o quando fazer nos momentos adequados.

Algumas das razões acima apontadas justificaram o desenvolvimento do novo método; na verdade, os treinadores começaram ter algumas dificuldades em manter os jogadores focados no treino e nem sempre os exercícios reflectiam a realidade do jogo.

Aproximar o treino do jogo requer do treinador uma capacidade inteligente de análise para poder estruturar situações de treino idênticas para que os jogadores aprendam o que devem fazer para jogar bem.

 

 


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