O Alentejo, apesar de ter uma área de 31.152 km2 (33% do Continente), 770.265 habitantes (8% do Continente) e 58 concelhos (18.8% do total nacional), é das regiões do país onde a prática do Basquetebol ainda é muito fraca, apesar dos esforços que todos os dirigentes, treinadores e atletas colocam em campo. A grande maioria dos clubes são amadores, querendo com isto dizer, que todos os que praticam esta modalidade fazem-no de forma voluntária e sem receber nada em troca.
Segundo o site da Federação Portuguesa de Basquetebol na época transacta (2007/2008), existiam 13 clubes nos 58 concelhos que fazem parte da Região Alentejana, mas duas destas equipas estão filiadas em outras associações sem ser a Associação de Basquetebol do Alentejo. Os concelhos que têm clubes de Basquetebol, são então os seguintes:
- Beja (1 clube);
- Campo Maior (1 clube);
- Elvas (1 clube);
- Estremoz (1 clube);
- Évora (3 clubes);
- Grândola * (1 clube);
- Ponte de Sôr ** (1 clube);
- Portalegre (1 clube);
- Portel (1 clube);
- Reguengos (1 clube);
- Vila Viçosa (1 clube).
* Associação de Basquetebol de Setúbal.
** Associação de Basquetebol de Santarém.
Destes treze clubes alentejanos, somente 5 entram (ou entraram) em competições da Federação Portuguesa de Basquetebol nos Campeonatos Nacionais de Basquetebol CNB 1 e CNB 2 (Seniores).
O Eléctrico de Ponte de Sôr que militava na CNB1 – Zona Sul, e que se sagrou campeão desta com 18 vitórias e 2 derrotas, vai integrar pela primeira vez os quadros da nova Liga Portuguesa de Basquetebol.
O CAB Grândola que militou na época passada na CNB 2 – Zona Sul B, alcançou o 7.º lugar (6 vitórias e 12 derrotas).
O Salesianos Évora/ECC terminou o campeonato da CNB 2 – Zona Sul B em 4.º lugar com 11 vitórias e 7 derrotas).
Outra das equipas que participou no campeonato da CNB 2 – Zona Sul B, foi o Despertar Sporting Clube de Beja que terminou em 6.º com 8 vitórias e 10 derrotas, mas que se sagrou campeã da XI Taça do Alentejo em Basquetebol, vencendo na final os Salesianos Évora/ECC.
Por último, o Campomaiorense/Delta Cafés ficou no último lugar no campeonato da CNB 2 – Zona Sul A com apenas 2 vitórias e 20 derrotas.
A grande maioria dos atletas que fazem parte destes clubes, são jovens com carreiras profissionais paralelas à prática do Basquetebol, e são jovens que vêem na prática deste, uma forma de estar na vida.
Podemos dizer que o grande problema no Basquetebol Alentejano são as ajudas! Ajudas essas que não são só a nível monetário. As ajudas das quais falamos são as ajudas (por exemplo) a nível de mão-de-obra qualificada. Esta mão-de-obra qualificada tem que conhecer os princípios do ensino, tem que conhecer a realidade desportiva e tem que estar por dentro da modalidade (como peixe na água) e conseguir conduzir os seus atletas para um patamar superior, tanto ao nível comportamental quer ao nível técnico-táctico, dando-lhes a conhecer as regras do basquetebol e incentivando o Fair-Play.
Todos nós sabemos o quanto é importante manter os jovens activos e conscientes para a prática regular de algum tipo de actividade física, mas são poucos os jovens alentejanos que são integrados num clube organizado e com condições para os fazer progredir tanto como atletas, quer como pessoas.
É de louvar o que alguns treinadores fizeram e fazem pelo sucesso das camadas jovens no basquetebol alentejano. São estes treinadores que se esforçam para levar para as suas vilas ou cidades a modalidade e que tentam dar a conhecer a beleza que o basquetebol tem, de forma a cativá-los para formar uma equipa, que até podem perder todos os jogos, mas a vontade de aprender está lá, tem lugar cativo.
Mas pelo Alentejo acontecem muitos casos de desistências, pois, após alguns anos, os atletas que denotavam algum talento desinteressam-se pela modalidade porque pensam que já não conseguem evoluir como atletas, querendo dar o salto na modalidade. E não! Não pedem muito! Simplesmente anseiam em passar um ano num patamar mais elevado, de forma a poderem experimentar competições novas, testarem as suas capacidades contra equipas mais fortes e ultrapassarem os seus próprios limites.
Também existem casos de sucesso a nível desportivo, e recentemente o A.S.C./B.V.R.M./Terras d´el Rei colocou um atleta (João Álvaro) na rota da Selecção Nacional de Sub-16, dando outro ânimo a todos aqueles que passam pelo clube de Reguengos de Monsaraz, tendo como por objectivo, alcançar os mesmos feitos que este “menino”.
Contudo, estou em crer que o nível de formação está a ir no bom caminho com a criação de novas escolinhas de basquetebol e no apoio e empenho que a Associação de Basquetebol do Alentejo está a colocar na maneira de encarar o futuro.
Se já se colocaram a pergunta de porquê o título ser “DO ALENTEJO COM AMOR”, é porque sou Amante do Basquetebol e Amo ser Alentejano…