Mini é a alma dos clubes
 
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Mini é a alma dos clubes

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Hugo MartinsNa semana passada terminei os artigos de reflexão sobre a reorganização geográfica mencionando a necessidade de ouvir as bases.

Hugo Martins está na base do surgimento do projecto da formação no CBQ - Clube Basket Queluz, clube que tem desenvolvido um excelente trabalho de dinamização da modalidade. Múltiplas são as iniciativas deste novel clube que envolvendo os pais demonstra enorme capacidade de mobilização. Sem papas na língua é importante ouvirmos o que o ex-jogador, treinador e dinâmico dirigente tem para nos contar.

Antes de falarmos do projecto do Clube Basket Queluz, gostaríamos que nos contasses um pouco da tua ligação ao basquetebol. Gostaríamos que nos falasses um pouco da tua longa vivência na modalidade?

Descobri o basquete em Queluz no ano de 1981, tinha eu 11 anos. O grupo de amigos do meu irmão, estavam a mobilizar jovens em Queluz para ir apoiar o CA Queluz que jogava na altura no pavilhão da Académica da Amadora. A equipa sénior treinava no liceu e jogava na Amadora. O ponto de encontro era na estação de Queluz e éramos tantos, que enchíamos uma carruagem e até ia gente deitada no lugar das malas. Todos  sem bilhete e o “pica” nem se atrevia a passar naquela carruagem. Belos e saudosos tempos!

Depois, já na Amadora, fazíamos um percurso a pé com cânticos de apoio ao “nosso Queluz” . Foi aqui que nasceu a minha paixão pela modalidade, na pureza e ingenuidade das vivências da adolescência.

No ano seguinte, Setembro de 1982, surge a inauguração do pavilhão, pela mão desse grande Homem… Senhor Henrique Miranda, e comecei a praticar nos iniciados. Dos 15 atletas da equipa, 9 eram da Rua 9 de Abril, local onde nasci e cresci e onde surgiu o primeiro campo de basquete do CAQ, na altura ainda em terra batida.

Depois de 7 anos como atleta da formação, cheguei à equipa sénior, com muita honra fui capitão e campeão nacional da 2ª Divisão, numa grande equipa, cheia de jovens internacionais e mais tarde, jogadores que marcaram o basquetebol português. Passei por vários clubes (Belenenses, Académica de Coimbra, Estoril) e acabei aos 28 anos no Atlético de Alcântara, num grupo fantástico, porque os meus joelhos já não me deixaram continuar. Durante este percurso fiz 5 operações aos joelhos, que me limitaram a prática. Enquanto os meus colegas iam treinar ou de estavam de férias, lá ia eu para a fisioterapia! Em todos os sítios por onde passei, suei a camisola, fiz grandes amigos e camaradas, e é isto que me deixa bem com a vida, e com a minha consciência.

No ano de 2008 apareces como um dos grandes dinamizadores do CBQ, queres contar-nos quais são os objectivos deste projecto?

O CBQ já existia, mas apenas com uma equipa sénior e sem formação. Era a equipa satélite do CAQ. Nesse ano um grupo de pais decidiu mudar o rumo da modalidade em Queluz. Decidimos criar bases para um basquete saudável, sem obstáculos logísticos, na tentativa de formar em Queluz uma base forte, sustentável e numerosa, dos minis aos veteranos, evoluir sem atropelos, e sem equipas profissionais cheias de estrangeiros, com muita despesa e sem receitas! Sem instalações próprias, avançámos para as escolas e em 4 anos, chegámos aos 238 atletas dos 4 aos 54 anos. Ocupamos 4 escolas, 2 pavilhões camarários, e a nossa equipa sénior amadora joga no mítico pavilhão Henrique Miranda.

Na data do nosso aniversário, 16 de Fevereiro, vamos solicitar o estatuto de Utilidade Publica e o futuro passa por continuar a divulgar o minibásquete pelas escolas do ensino básico e fomentar ainda mais o basquetebol.

Sabemos que a participação dos pais no vosso projecto é um dos factores decisivos, que estratégias são seguidas pelo CBQ para envolverem os pais?

Hoje em dia os clubes são feitos pelos pais para os filhos. O CBQ não foge à regra. Os seus corpos directivos são pais, os seccionistas são pais e alguns treinadores são pais. Queremos formar atletas e captar pais para abraçarem a modalidade, de forma a se sentirem úteis à organização, passarem a entender a complexidade dos problemas e ao mesmo tempo sintam que estão a contribuir com algum tempo das suas vidas, em prol de uma actividade saudável para o seu educando e de muitos jovens que estão à sua volta. O nosso lema é TODOS JUNTOS…SOMOS MELHORES!

Com a larga experiência no âmbito do minibásquete gostaríamos que nos desses a tua opinião sobre: Que importância tem o minibásquete na dinâmica do vosso clube?

Um clube sem minibásquete não tem alma! É a base/alicerce de qualquer clube! Só com uma base numerosa e sustentada é que foi possível em 4 anos termos este crescimento. Mas não basta só ter miúdos, temos de ter gente capaz para treinar e organizar as crianças, porque ninguém gosta de pagar uma actividade de lazer e ver os filhos entregues aos “bichos“. Temos de ter uma atitude profissional, mesmo não recebendo nada!

Como está o minibásquete na vossa Associação e tens alguma medida que gostasses de sugerir?

Na ABL o mini tem tido uma dinâmica muito forte, muitos atletas, mais clubes a participar (inclusive vindos da AB Setúbal), mas mesmo assim, não nos podemos acomodar, acho que a ABL tem de arranjar mais pessoas para a organização, mais pavilhões para os encontros e fazer com que as equipas façam mais jogos.

Sendo um dos clubes que mais viaja pelo país e ilhas qual é a tua opinião sobre o minibásquete no país e o que é poderá ser feito para o seu desenvolvimento e melhoria?

Sinto que o minibásquete ainda é visto por muitos clubes, como o patinho feio, …”grande seca aturar os miúdos …!!“, é bom para facturar, mas quanto menos pagarmos aos monitores melhor.

Em Portugal continuamos a meter à frente dos atletas minis, aqueles miúdos atletas da formação que são “os bacanos“, com disponibilidade de tempo para desenrascar. No mini têm de estar pessoas capazes/responsáveis pagas, para os miúdos começarem a aprender as coisas certas, no seu devido tempo. Nos nossos vizinhos espanhóis, os coordenadores do mini são os treinadores mais experientes do clube, com mais currículo, sabem o que andam a fazer e a orientar. Porque será que eles são campeões do mundo? Aqui em Portugal, alguns responsáveis de clubes nem conhecem os seus minis, muito menos, por exemplo na região de Lisboa. Poucos são aqueles que acompanham os seus atletas aos convívios no pavilhão  da Ajuda, aos sábados de manhã.

Múltiplas são as incitativas que o CBQ promove. Recentemente organizaram com o apoio da ABL e da ENB uma acção de formação sobre a detecção de talentos feita pela Federação Espanhola em Collell. Qual é a tua opinião sobre a organização de selecções nos escalões de minibásquete?

Quando se quer e pode, tudo é fácil e simples de resolver e atingem-se bons resultados. Quando no fundo, verdadeiramente não se quer, é fácil arranjar obstáculos tudo são dificuldades. Portugal não precisa de inventar nada porque a fórmula já está devidamente testada e comprovada, é só pegar nos princípios seguidos pelos espanhóis e saber adaptá-los à nossa realidade.

Uma seleção de mini no nosso basquetebol, pode ser” um pau de dois bicos” ,  onde o jovem e os pais podem ficar iludido…., acho que é muito cedo !!!!

Qual é a tua opinião sobre o Planeta Basket e sobre o relevo que este site dá ao minibásquete?

O PB é já uma referência da modalidade e dá a importância ao MINI que este merece.

Para poderes expressar alguma ideia que gostasses de expor qual  a pergunta que gostarias que te fizessem e que resposta darias?

Porque é que um clube como o CBQ, com a dimensão que alcançou ao fim de 5 anos de intensa actividade desportiva, ainda não tem o seu próprio espaço?

A Câmara de Sintra, na pessoa do Prof. Dr. Fernando Seara e do seu Vereador do Desporto, o Dr. Marco Almeida, sabem da dimensão do CBQ no concelho e na modalidade. Apesar de já treinarmos em 7 pavilhões públicos, aguardamos por uma decisão acerca da utilização do pavilhão Henrique Miranda, na sequência da aquisição pela câmara da insolvência do CAQ. Foi-nos dito que o basquetebol terá sempre um lugar privilegiado entre as outras modalidades em Sintra. A confirmar-se, virá ao encontro da nossa necessidade de termos um local/ pavilhão que congregue um conjunto de condições que proporcionem um melhor bem-estar aos nossos atletas e agilize algumas logísticas inerentes aos treinos e acolhimento das equipas, projectando assim um futuro ainda mais risonho porque, TODOS JUNTOS…PUDEMOS SER MAIS FORTES!

 

Comentários 

 
+1 #5 Max Santos 08-02-2012 17:46
Entrevista que faz juz à personalidade do Hugo, direta, honesta e sem "papas na língua". Um exemplo de dedicação ao nosso desporto e como mobilizar pessoas em prol do Basquetebol! A ver se aprendo umas coisas contigo...

Abraço,

Max (Núcleo de Basquetebol do Clube Hiper-Activo da Malveira)
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+2 #4 João Bamond 05-02-2012 13:16
Os erros quando detectados são sempre recuperáveis desde que a vontade seja nesse sentido, o que não quer dizer que se deixe de pagar pelo erro, porque este deixa sempre moças e mazelas, no CAQ tal como nos outros clubes, o mini-basket também é apoiado tal como a formação, pelos pais, dirigentes, e treinadores todos se orgulham e se mobilizam com esse intuito, a prova disso são os resultados que têm sido atingidos por os jovens deste clube.

Cumprimentos

João Bamond
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+2 #3 João Bamond 05-02-2012 13:15
Bom artigo, com princípios bem definidos de como deve funcionar a formação no basket, pois é de pequenino que tudo começa, só é pena que não se perceba claramente, o que se passou para que à 5 anos atrás tenha havido esta separação no mini-basket em Queluz. A formação funcionava, todos tinham pavilhão, a participação inter-clubes também, nunca percebi, tenho pena que assim seja, porque tenho pessoas de quem gosto no CAQ e outras no CBQ, o meu filho e os outros atletas também de parte a parte, e realmente gostava que toda a gente reflecti-se e tenta-se perceber se realmente esta separação trouxe alguma coisa de bom ao Basket e à sua formação.
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+3 #2 Ginjas 31-01-2012 18:30
Grande Hugo.
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+7 #1 Luis Oliveira 31-01-2012 12:20
Bom artigo Hugo, partilhamos a mesma paixão pelo Minibasquete e pelos vistos algumas ideias semelhantes.

Um Abraço,
Luis Oliveira (GD ESSA, Barreiro)
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