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Dupla transmite valores

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altAtravés de uma dupla entrevista conheça um pouco da realidade da formação em Angola. Leia a entrevista a Ana Sofia e ao Bruno Viana.

Ana Sofia é filha de um ex-presidente do Sporting de Benguela, Aires Roque e irmã de uma das primeiras jogadoras internacionais de basquetebol angolanas, Sandra Roque. Como filha de peixe sabe nadar dirige, atualmente a secção de basquetebol do Sporting de Benguela, um dos clubes de referência da formação em Angola.

Ana Sofia como surgiu esta possibilidade de viajarem até Portugal com uma equipa de minibásquete do Sp. Benguela?
O secretário geral da FAB Tony Sofrimento quando esteve em Portugal durante o Torneio da Compal recebeu um convite do Mário Batista Presidente do CNMB da FPB para indicar um clube angolano para participar no Torneio do Sporting Braga – Braga Capital Europeia da Juventude. Este convite foi nos posteriormente endereçado pela FAB. A partir daí tivemos de nos organizar para conseguirmos estar presente no evento.

Sabemos que não é fácil, quer ponto de vista financeiro quer do ponto de vista administrativo organizar uma viagem destas. Quer-nos narrar um pouco da vossa experiência?
A FAB arranjou um patrocínio para os bilhetes internacionais, a Somague, vôo Luanda / Porto, e nós arranjámos patrocinadores locais, para as despesas, não suportadas pela organização, durante a estadia em Braga e o clube comparticipou com parte das despesas relativas a vistos, viagem Luanda / Benguela /Luanda e contámos também com o patrocínio do BAI e da Casa Branca.

Qual é a filosofia de formação do vosso clube e quais são os vossos objetivos, para a formação e como são conseguidos os financiamentos para organizar a secção de basquete?
O projeto Lance Livre, que é o projeto de lançamento do basquetebol de formação do Sporting Benguela tem cerca de um ano e tem por objetivo primordial trabalhar a partir das camadas mais jovens, ou seja a partir do minibásquete. A nossa prioridade, neste momento não são títulos, mas sim alargar a base da formação e focarmo-nos no desenvolvimento dos jovens. Este trabalho permitirá termos atletas mais motivados e consequentemente resultados e títulos.

Os jogos ainda não começaram, no entanto como está a decorrer esta experiência e como estão a ser recebidos. Esta é uma experiência única ou há vontade de voltar?
Fomos muito bem recebidos pelo Presidente do CNMB Mário Batista e pela sua equipa, que tiveram permanentemente a preocupação de nos acompanhar, mostrar a cidade e ocupar os meninos ao máximo. Vamos tentar arranjar patrocinadores para voltarmos.

Passamos agora a palavra ao Bruno Viana treinador da equipa de minibásquete do Sp. de Benguela. Como está organizada a secção de basquetebol do Sporting de Benguela, quantas equipas e praticantes tem na formação?
No Sporting de Benguela temos neste momento as seguintes equipas no masculino 1 equipa de Sub- 10, 1 equipa de Sub-12. 2 equipas de Sub-14, e 1 equipa de Sub-16, Sub-18 e Sub-23. No feminino temos 1 equipa de Sub-10, 1 equipa de Sub 12, 2 equipas de Sub-14 e 1 equipa de Sub 16 e Sub-18. o que perfaz para cima de 160 atletas na formação do clube. 

Atualmente que escalão estás a treinar?
Atualmente estou a treinar todas as equipas do escalão feminino até aos Sub-14 e treino 3 vezes por semana com estas equipas, e quando se torna necessário também treino, Sábados e Domingos à tarde.

Como são organizados as vossas competições nos escalões de formação?
Só há competição oficial a partir dos Sub-14. Nestes escalões começamos com o torneio de abertura, depois temos os campeonatos provinciais e terminamos com os campeonatos nacionais.

O que é que está, na tua opinião, a ser positivo para os praticantes do Sp. Benguela nesta deslocação a Portugal?
Eles estão muito motivados, mais unidos e a conhecer outras realidades. Os treinos com o Mário Batista, também tem sido muito motivantes para os atletas, e mesmo para mim. A troca de experiência e informação tem sido muito positiva.

Pelas conversas que fomos tendo sabemos da vossa grande dedicação e empenho à causa da formação, neste âmbito que perguntas é que gostariam que vos fizessem e que respostas dariam?

Ana Sofia: Que caminho seguir para recuperar o basquetebol angolano?

A minha resposta seria começar pela formação, não saltarmos etapas e termos em conta que os atletas devem jogar no escalão a que dizem respeito, nunca ultrapassar os limites superiores de idade permitidos. Se agirmos desta forma teremos sempre as equipas renovadas, e talentos cada vez mais jovens a despontar.

Esta viagem permite-nos pensar que estamos a trabalhar a longo prazo o que é ótimo para o nosso basquete.

Bruno Viana: Uma pergunta que me fazem com muita frequência e que eu gosto de responder é, o que é que estás a fazer na formação do basquetebol, sabendo que há outras coisas melhores para fazer, será que não estás a perder o teu tempo?

Eu acredito na formação integral dos jovens, assim se eu conseguir passar valores nos quais acredito, como a seriedade, honestidade e empenho, eles serão no futuro o verdadeiro testemunho do meu trabalho. Se eles conseguirem transmitir esses valores, estes multiplicar-se-ão por mais gente e assim sucessivamente.

 

 


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