Que tristeza
 
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Armando SimõesQue tristeza entrou no meu coração, quando o João Machado e logo a seguir o Fernando Lemos me comunicaram o falecimento do grande e estimado amigo Armando Simões. Ainda há bem pouco tempo falei telefonicamente com ele para lhe dar conhecimento

do podcast do Clube Atlético Queluz em que mencionei a nossa grande amizade e tínhamos combinado ir almoçar uma vez mais para falarmos da modalidade que nos uniu, da família e dos amigos.

As minhas memórias do amigo Armando remontam ao final dos anos 60 quando jovem ia assistir às sextas-feiras no pavilhão da Ajuda aos jogos do Campeonato de Honra de Lisboa, numa equipa do Benfica onde pontificavam o Zé Alberto, o Joaquim Carlos, o Júlio Campos o Armando Simões entre outros companheiros da sua equipa, que já no início dos anos 70 tiveram como jogador-treinador o Griffin, um americano com um lançamento peculiar que partia de cima do ombro.

Já nos finais dos anos setenta o Armando Simões era treinador duma excelente equipa de juniores do Benfica e eu jovem treinador do CIF, quando fomos jogar à Luz foi um rolo compressor que passou por cima da minha incipiente equipa.

Após estes esporádicos contactos a nossa amizade nasceu e desenvolveu-se, quando fui convidado em 1990 para ser treinador dos juniores do Queluz. O Armando era o coordenador e logo na primeira conversa surgiu uma enorme empatia, que várias vezes comentámos e que foi crescendo ao longo dos tempos. Desses tempos para além das profícuas reuniões de coordenação técnica, vem-me à memória um jogo decisivo para o apuramento duma “final four” do nacional cadetes entre o Algés treinado pelo Jorge Adelino e o Queluz pelo saudoso amigo Bernardeco.

Lembro-me que a capacidade de união do Armando Simões mobilizou os treinadores da formação do Queluz a assistir ao jogo em Algés. O Queluz perdeu por poucos esse jogo, mas o companheiro Jorge Adelino ao observar tal situação enviou uma mensagem de parabéns ao Armando Simões, que teve o cuidado de nos dar conhecimento.

Já neste século, tivemos a oportunidade de trabalharmos de novo, quando o Mário Saldanha presidente da Federação o convidou, após o falecimento do General Hugo dos Santos para assumir a presidência do CNMB, o que infelizmente por diversos motivos não veio acontecer. O que acontecia felizmente com regularidade eram os nossos almoços em média 2 por ano.

Não vou falar dos muitos títulos nacionais, que o Armando teve como jogador e treinador, pois certamente há que esteja bem mais documentado para o fazer. Nem vou falar das suas internacionalizações, apenas quero falar do homem que eu sempre admirei pela sua retidão, pela sua capacidade de compromisso, por saber ouvir os outros, sem nunca abdicar das suas ideias e convicções.

Algo tínhamos em comum, o sonho de um basquetebol cada vez melhor.

Que tristeza entrou no meu coração, todos sabemos que a morte faz parte da vida, mas nunca estamos preparados para sentir a falta de um amigo. As minhas mais sinceras e profundas condolências a toda a família e até sempre amigo Armando.

 

 


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