Desconto de tempo com Albino Bárbara
 
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Desconto de tempo com Albino Bárbara

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altO Site Planeta Basket começou a entrevistar jovens árbitros portugueses. Os homens do apito, tantas vezes criticados pelas suas decisões em horas de aperto, são elementos valiosos para o correcto desenrolar de uma partida de basquetebol, pelo que a sua importância para a modalidade é inegável, tal como o aparecimento a cada ano de novos juízes.
 
Mas o que leva estas pessoas, de norte a sul do país, a dedicar-se a esta área, o que os motiva, quais são os seus objectivos pessoais e até onde ambicionam chegar. Tudo o que deseja saber sobre este assunto e muitos outros, poderá encontrar aqui, no Planeta Basket.
 
A escolha dos jovens árbitros a entrevistar, não vai depender apenas de nós. Gostaríamos de poder contar com a sua colaboração e assim satisfazer também os seus desejos. Assim, caso deseje ler o testemunho de um jovem árbitro, escreva para Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar , para que possamos tentar entrevistá-lo.
 
 
Albino Bárbara tem 20 anos e é natural da Guarda onde jogou 6 épocas, chegando mesmo a integrar as selecções regionais. Aos 16 anos começou a arbitrar e aos 17 estava já na direcção do conselho de arbitragem distrital da Guarda. Na época seguinte mudou-se para a AB Lisboa, tendo-se classificado esta temporada no 2º lugar nos quadros nacionais. Albino foi recentemente muito falado pela situação no Benfica - Barreirense, tendo apitado outros jogos em destaque da Liga feminina, 1ª divisão feminina, CNB2, jogos de formação e da Festa do basquetebol em Portimão.
 
Estiveste ligado de alguma outra forma à modalidade antes de te dedicares à arbitragem? Jogaste basquetebol e onde?
Sim, joguei 7 épocas. Três no Guarda Basket (sub 12 e sub 14), duas no Celorico Basket (sub 16)  e duas no Núcleo Sportinguista da Guarda (sub 18).
 
Porque te decidiste tornar arbitro? Quais foram os principais motivos?
Quando havia torneios particulares nem sempre havia árbitros e, como não gosto de passividade no desporto, certo dia decidi agarrar no apito e dar uma ajuda e arbitrei. Foi aí que senti motivação para iniciar esta actividade de que gosto tanto e que representa uma forma alternativa de estar ligado ao basquetebol. Daí até tirar o curso foi um pulinho. Mesmo assim assumi durante duas temporadas a minha condição de árbitro e jogador. No momento de optar, a decisão foi imediata. Sabendo que ia ficar ligado ao basquetebol, não tive grande dificuldade em deixar de jogar. A camaradagem, o gosto pela modalidade, a responsabilidade de cada decisão, o sentido de equilíbrio e justiça são os suportes principais para me manter nesta desejavelmente nobre actividade. O povo costuma dizer que de poeta e louco todos temos um pouco. Reformulando o ditado popular eu digo: de árbitro e de louco todos temos um pouco…
 
Alguém te influenciou a enfrentares este desafio da arbitragem?
Embora fosse uma opção pessoal houve uma "mãozinha" do director técnico da AB Guarda, prof. José Paulos assim como do amigo e ex-árbitro nacional da AB Guarda José Feliciano Jesus.
 
Para ti, quais são as qualidades que um jovem arbitro deve ter para ser bem sucedido?
Humildade, responsabilidade, dedicação, firmeza, espírito de sacrifício, sentido de justiça. Na arbitragem, como na escola, como na vida, nem tudo é um mar de rosas e, infelizmente, também aqui existe uma coisa que se chama abandono. É preciso ter a força de vontade necessária, espírito de sacrifício e um forte carácter e personalidade para encarar as dificuldades que encontramos ao longo da carreira e não desistir logo ao virar da primeira esquina. A superação das dificuldades motiva em nós um bem-estar e sentimo-nos determinados para encarar outras bem mais complexas e complicada, e isso é fascinante.
 
Quais são os teus objectivos para esta “profissão” a longo prazo?
O objectivo neste momento é subir a Árbitro Nacional de 2ª categoria. Esta época estou no Quadro de Acesso, o que representa uma época de observações tendo em vista apurar os árbitros que se encontram em melhores condições para subir à categoria seguinte. Estou a trabalhar e motivado para subir. Se tal acontecer ficarei muito contente, adquirindo perfeita consciência que as responsabilidades e o patamar de exigência aumentam. Se falhar o objectivo não vou desanimar e vou continuar a trabalhar com a mesma atitude e dedicação com vista a integrar novamente o Quadro de Acesso.
 
Fazes algum tipo de análise após os jogos que apitas?
Sim, no final de cada jogo há o "pos-game" em que se faz a análise do nosso trabalho. Faço-o individualmente e depois com o outro colega que comigo arbitrou. Procuro também gravações de jogos em que participo, pois desta forma tenho a verdadeira percepção de todo o meu trabalho, tornando-se mais fácil analisar falhas, erros cometidos e ver o que se pode e deve fazer para melhorar. Estou também envolvido num grupo de trabalho que reúne 3 a 4 vezes por mês para fazer trabalho prático (treino em campo, visionamento de vídeos de jogos, de suportes didácticos, etc.), e que conta com um árbitro internacional, 4 árbitros nacionais de 1ª categoria e 3 de 2ª categoria, sendo muito importante o contributo que todos eles também me dão.
 
As tuas simpatias ou antipatias com pessoas que estão em campo, influenciam o teu trabalho?
A componente social é muito importante, mas a desportiva tem que prevalecer sobre tudo o resto. Temos que saber distinguir o “dentro e fora de campo”, pois só assim podemos realizar o nosso trabalho em plenas condições de justiça e igualdade. Haja ou não simpatia por este ou aquele clube, por este ou aquele jogador ou agente desportivo, o nosso trabalho dentro do campo tem de ser imparcial e as oportunidades concedidas a uma equipa têm que ser as mesmas que se concedem à outra equipa.
 
O momento da tomada de decisão é instantâneo. Alguma vez sentiste que erraste, logo após ter apitado?
É verdade que só existe uma pequenina fracção de tempo para decidir, para julgar correctamente. O importante é estar bem colocado e parado. Acontece por vezes, que temos imediata consciência que houve erro, ficando a noção de uma má decisão. Ninguém gosta de errar, pese embora o ditado nos diga que errar é humano e também nós, árbitros, nós que vamos para dentro de um campo tomar inúmeras decisões em cada jogo que arbitramos, erramos. Não há nenhum árbitro que não erre. Consoante a experiência, poderá errar mais ou menos vezes, e em situações mais evidentes ou outras em que os erros até passam despercebidos. Faz parte da aprendizagem e do “crescimento” dos árbitros, que têm uma evolução, assim como os jogadores o têm: não se pode exigir de um jogador iniciado o mesmo que se exige de um sénior… Pode e deve é exigir-se trabalho contínuo para que possa existir aprendizagem e evolução!
 
Como se sente um árbitro perante uma situação de dúvida, sobre um eventual erro que tenha cometido?
Neste caso procura-se esquecer, isto é, não continuar o jogo a pensar no erro cometido, para que não haja desconcentrações nem a tendência de compensar ou remediar um erro com outro erro. Ficar a pensar que errámos não ajuda nada a arbitragem. Agora, é importante é conseguirmos reter o suficiente para que o mesmo erro não volte a ser cometido… Eu opto por colocar o erro em “standby” e quando fizer o “pós game” voltar a lembrá-lo para perceber, em definitivo, o porquê, o que aconteceu. Poderá haver algum tipo de situações em que o erro possa ser rectificado, em particular se for decisivo para o jogo e se for evidente também para o próprio árbitro o erro cometido. Naturalmente que não se pode voltar atrás sempre que existem erros do árbitro, eles fazem parte do jogo.
 
Como lidas com situações de pais ou adeptos malcriados?
Episódios desses são frequentes, principalmente nos jogos de formação, registando-se alguns problemas na bancada, maioritariamente causados por pais dos atletas, de que destaco insultos entre pais e adeptos de ambas equipas, o chamar nomes aos árbitros, a treinadores e a jogadores das equipas adversárias, numa visível falta de respeito para com todos os agentes desportivos e restante público. Este comportamento certamente não abona em favor da sadia educação dos jovens, e em termos de jogo também não é minimamente favorável, acontece por vezes a polícia e os delegados terem de intervir, o que faz com que os atletas fiquem nervosos, baixando significativamente os níveis de concentração. Seria desejável que todos os que se deslocam ao terreno do jogo vão motivados para passarem um bom bocado e contemplarem um bonito e agradável jogo, pois só isso pode contribuir para a evolução da nossa modalidade e dos jovens praticantes.
Quanto ao árbitro, tem de ter a capacidade de se mostrar calmo e ser “a tranquilidade” no meio do ambiente intranquilo, o que não é nada fácil, ainda para mais quando também se é ainda jovem e, por vezes, da mesma idade dos atletas…
 
Qual foi o jogo mais difícil que apitaste?
Algés – Quintajense, CNB2 2007/08
Muitas e diversas dificuldades apareceram ao longo do jogo. Felizmente estive muito bem acompanhado pela Sónia Teixeira. Aprendi muito nesse jogo e agradeço as palavras amigas e de conforto da minha colega.
 
Qual foi até hoje, o momento mais feliz da tua carreira, enquanto arbitro?
Até pode haver um momento, mas o que mais feliz me deixa é a conquista ao longo destas 5 épocas dos dois “prémios” muito importantes e ambicionados: a integridade e a dignidade.
 
Na tua opinião, qual é o nível do arbitragem portuguesa?
O nível da arbitragem portuguesa é bastante bom. Temos 8 árbitros FIBA, a maioria tem estado em grande plano a nível internacional. O Fernando Rocha esteve em grande destaque este ano, para ele os meus parabéns. É um exmplo para todos nós. E espero que em breve o Pedro Coelho também faça parte dos “nossos” internacionais.
Não obstante, há muita falta de árbitros, o que se reflecte enormemente nos jogos de formação, que acabam por ser os mais prejudicados. Nestas condições, o trabalho e a evolução dos jovens árbitros também se tornam mais complicados, por ser difícil assegurar-lhes um bom acompanhamento por colegas mais experientes.
 
Os árbitros também "jogam" em equipa. Há algum colega com quem tenhas particular apreço em fazer dupla?
Há vários, vou destacar alguns com quem actuei diversas vezes, de quem gosto e tenho particular apreço: Sérgio Silva, Sónia Teixeira, Ricardo Severino, Paulo Pereira, Manuel Mendes e Ana Miramon. Devo referir que há inúmeros colegas com muita qualidade com quem nunca tive a oportunidade de arbitrar.
 
Qual é a tua opinião sobre a arbitragem onde intervêm dois ou três árbitros?
A técnica de arbitragem existe para nos facilitar a tarefa. Conhecendo-a e aplicando-a é bem mais fácil decidir correctamente. Mas o jogo “cresceu” e houve necessidade de colocar mais um árbitro, para se conseguir controlar adequadamente uma zona “negra” da arbitragem a 2.
No entanto para se arbitrar a três é preciso um grau de experiência muito grande, pois a técnica é muito mais complexa e a dificuldade de manter o critério é maior, visto estar mais um árbitro em campo a tomar decisões.
 
Quais são os teu ídolos portugueses?
Na arbitragem, o Carlos Santos.
 
Tens alguma referência a nível da arbitragem estrangeira?
A francesa Julien Chantal e o italiano Luigi Lamonica.
 
O que é que pensas do site Planeta Basket?
É um site bastante importante para divulgar a modalidade. Parabéns aos moderadores pelo trabalho realizado.
 
O que pode ser melhorado na página dos árbitros?
Penso que poderia haver um moderador ligado à arbitragem que desse a conhecer aos cibernautas um pouco mais da arbitragem portuguesa. Não é por nada, mas é a página mais “parada” do site, ao que também não é alheia a pouca participação dos cibernautas.

 

 


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