Vamos a mais um 1x1 campo inteiro. Com o ano novo existiu vida nova para o Terceira Basket que iniciou 2012 com duas vitórias em dois jogos.
Nos restantes jogos os favoritos triunfaram exceptuando a surpresa da jornada com o Sampaense a ir aos Açores bater o Lusitânia. Quanto à nossa competição, encontramos-nos com o resultado favorável ao Jogador que leva 34 pontos em comparação com o nosso Treinador que tem 30 pontos.
Neste fim-de-semana jogam-se 4 jogos para completar a 13ª jornada.
O jogo da semana é o Académica – Ovarense. Equipas com percursos distintos até ao momento, vão proporcionar um excelente duelo que promete ser equilibrado e muito disputado.
Resultados da 12ª/13ª jornada
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Opinião
Espaço do treinador: Como comunicamos com os jogadores durante um jogo?
Comunicar com os jogadores durante um jogo é uma tarefa extremamente importante e é também das mais difíceis. Todos os treinadores já tiveram que fazer o seguinte desabafo no decorrer ou final dos jogos: “Bem, eu disse para vocês fazerem isto e vocês fizeram tudo ao contrário!” Resposta do(s) jogador(es): “Mas eu pensei que era para fazer assim… Não percebi.”
A intensidade do jogo e a tensão inerente a uma competição leva a que os jogadores estejam menos atentos às mensagens dos treinadores estando os seus sentidos preparados para outro tipo de tarefas. Depois há a questão do ruído que pode ser muito elevado no pavilhão provocando “dificuldades técnicas” de audição. E acontecem também situações em que o jogador percebe perfeitamente o que o treinador pede, mas entende ter uma melhor solução e decide fazer algo diferente. Este também é um problema de comunicação.
Algumas das características que uma boa comunicação entre treinador e jogador deve ter durante um jogo:
- Mensagem clara e específica. Instruções generalistas como “defesa!” ou “passa a bola” devem ser evitadas. Deveremos especificar bem o que pretendemos quando corrigimos. Por exemplo: dizendo “Tens que pressionar mais a bola” e se possível demonstrando como o fazer permite ao jogador perceber exactamente o que tem de fazer.
- Comunicar a correcção imediatamente após o erro. Quando queremos corrigir um jogador devemos fazê-lo na primeira oportunidade possível e quando há uma paragem de jogo. Enquanto o jogo decorre, toda a atenção do atleta está concentrada no jogo e a correcção não é apreendida. Não deveremos esperar muito tempo para fazer a correcção. Se perdemos o ‘timing’, é preferível guardar a correcção para o treino seguinte ou numa sessão de vídeo de análise ao jogo.
- Organização dos descontos de tempo. Com tão pouco tempo para comunicar com os jogadores, é necessário seleccionar muito bem o que transmitimos evitando o excesso de informação. Tudo o que pedimos aos jogadores deverá estar previamente preparado nos treinos. Será que faz sentido pedirmos para fazer aquela jogada espectacular que vimos num jogo da NBA se nunca a preparamos no treino?
- Positividade da mensagem! Como treinador tenho muitas vezes vontade de “dar uma bronca” aos atletas nos descontos de tempo por diversas razões. Ao longo da minha carreira tenho percebido que devemos seleccionar muito bem os momentos em que o fazemos. Se queremos ganhar um jogo, a nossa mensagem terá que estar direccionada para o futuro porque os erros cometidos anteriormente já não têm emenda. Só podem ser corrigidos com mais e melhor treino. No momento do jogo, há que fazer com que os jogadores se foquem no que têm que fazer bem a partir daquele momento “retirando” da sua cabeça os erros cometidos.
Espaço do jogador: Como comunicamos com os treinadores durante um jogo?
Enquanto jogador a jogar nas posições de base, prefiro sempre ter uma comunicação bastante activa com os meus treinadores. Não sou apologista do massacre verbal que alguns treinadores implementam, sempre aos gritos e a gesticular, mas admiro um treinador que tenha a capacidade de transmitir a mensagem de forma eficaz.
Muitas vezes, contam em mim para transmitir a mensagem aos meus colegas e gosto bastante desse papel, pois demonsta que têm confiança nas minhas capacidades de compreensão e comunicação da mensagem.
Aqui vão alguns pontos sobre o que eu prefiro quando um treinador comunica comigo no decorrer de um jogo:
- A mensagem deve ser clara! Não pode ser algo que não se compreenda claramente de qualquer zona do campo. Se for algo que não compreenda não a vou conseguir transmitir aos meus colegas.
- A mensagem deve ser especifica! Em vez de “temos que defender” ou “força” prefiro algo mais concreto como “no bloqueio indirecto podemos trocar” ou “pressiona o drible do base contrário para o lado esquerdo”, algo que possa logo por em prática.
- A mensagem deve ser maioritariamente positiva! É certo que o treinador deve exercer a sua autoridade, mas só quando esta não está a ser respeitada. Os jogadores estão de certeza a fazer o melhor que conseguem, não precisam de ninguem a gritar-lhes aos ouvidos que não são bons o suficientes ou que só fazem asneiras.
- A mensagem deve ser honesta! Os erros devem ser corrigidos mesmo no decorrer do jogo. O treinador deve sempre comunicar o jogo tal e qual como o está a ler. Só assim o jogador mete em prática aquilo que o treinador idealizou.
- A mensagem pode ser também gestual! Quando o treinador procura uma situação especifica, ofensiva ou defensiva, pode apenas gesticular (desde que o gesto e seu significado tenham sido previamente combinados). Um gesto é o suficiente para eu entender uma mudança de sistema táctico defensivo ou ofensivo, ou compreender uma situação de vantagem no jogo.
- A mensagem tem de ter dois sentidos! Um treinador que só fala e não ouve perde a confiança dos seus atletas. É bom que um treinador tenha a capacidade de ouvir e processar informação, pois há factores que escapam por vezes a qualquer pessoa, e se não tivermos a capacidade de ouvir não vamos nunca melhorar as nossas prestações.
Eu enquanto jogador, gosto bastante de compreender o que se idealiza e porque é que se idealiza. Gosto de um bom comunicador por parte do treinador, que seja capaz de ouvir e compreender o ponto de vista do jogador.
Treinador vs Jogador
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Abraços
Vasco Curado (@vcurado) e Daniel Monteiro (@DanielMonteiro4)